Deus é menino em mil sertões.
– Guimarães Rosa –
A morning shows the day, as the child shows the man.
– Milton –
Toute douleur qui n’aide personne est absurde.
– André Malraux –
Caminante, no hay camino Se hace camino al andar
– Antonio Machado –
APRESENTAÇÃO
A proliferação de livros para o universo infanto-juvenil no mercado editorial continua gerando labirintos, chaves que abrem a porta a experiências de leitura sutis, contundentes, estremecedoras. Cada vez mais encontramos livros que deixam perguntas que propiciam o questionamento, a reflexão, a investigação, que nos levam a pensar que a literatura passa a ser vista como um oceano caótico ansioso de classificação, o que nos força a um exercício inútil de distinguir os bons dos maus escritores. E realmente, classificar é tão inútil como inevi- tável. Um impulso do intelecto ocioso que busca ou inventa ordem onde não há mais que caos e contingência. Um exercício cruel e banal, mas, no fundo, potencialmente proveitoso, e proveitoso porque acaba por nos ajudar a descobrir coisas, detalhes inadvertidos, elementos que de outro modo permaneceriam ignorados, realidades que não são verdadeiras e contudo existem. Por outro lado, essa literatura, excetuando os textos de caráter educativo, parece dar sinais de que começa a vivenciar um bom momento; os organismos oficiais têm tomado consciência de sua impor- tância na formação da personalidade, como fomentadora da criatividade e transmissora de valores; escritores, ilustradores e editores se tem dado conta do número potencial de leitores dentro deste segmento da população e da exigência dos mesmos e, conscientes de que o público se não for instigado à leitura quando jovem, dificilmente o será depois.
Hoje encontramos escritores que criam uma maneira claramente identificável de fazer literatura; há os proustianos, os cortazarianos, os joyceanos, gongorianos e beckettianos; os que vivem a elogiar a sordidez dos dias, os que vivem da emulação, enfim. Mas há principalmente aqueles que considero escritores com “e” maiúsculo, porque de algum modo o bom escritor é aquele que transcende a vontade de emulação ao descobrir a relação entre essa parte pessoal da linguagem e a linguagem do mundo, quando toma consciência de que as palavras e sua acomo- dação devem responder a uma maneira singular de apreender o mundo, uma maneira única porque emana dessa historia irrepetível que é uma existência humana e tudo, tudo o que esta carrega. Dentre esses escri- tores preparo um lugar para Joaquim Maria Botelho, que sem procurar novidades acaba encontrando-as. Novidades sem modismos, em seu “Costelas de Heitor Batalha”.
À leitura do seu livro remeto-me à lembrança de Nietzsche quando diz que “a riqueza da vida se traduz pela riqueza dos gestos”; e que há “que aprender a considerar tudo como um gesto: a longitude e a cesura das frases, a pontuação, as respirações; também a eleição das palavras, e a sucessão dos argumentos.”
É com esse conceito que findo a leitura desse livro onde Joaquim Maria Botelho trabalha com personagens que somos todos nós, defeituosos, arranhados, sofridos, mas também elegantes, belos, viventes de um mundo que está à nossa porta. Um livro cujas páginas se abrem não apenas para o público a que se destina. É amplo, um mundo dentro de um mundo com todas as mazelas e grandezas que o tempo oferece; um desfilar de imagens bem-acentuadas, frases belamente construídas, consciência de que “a gente cresce, aprende a hipocrisia social e aí sim tudo na vida fica mais complicado.”; de que vivemos sempre a nos perguntar sobre o tempo, os dias, em querer saber quanto tempo duram as coisas”, de se conscientizar de que “o amor não se compra, nem se vende; amor, a gente dá, como a boa ajuda que constrói a gratidão.”
Joaquim Maria Botelho já deu provas suficientes de que é um excelente jornalista, e nem surpreende ao mostrar-se escritor. O que precisa, com esse dom que me parece atávico, é se mostrar mais, porque nós que vivemos de e para a leitura e escritura estamos sempre famintos por um bom texto. E espero francamente que o leitor atente para sua obra que mais que tudo é um chamamento para o exercício da escrita.
“Costelas de Heitor Batalha” é, sem dúvida, um dos bons livros que li nos últimos tempos e me faz afirmar que seu autor mostrou-se muito feliz ao enfrentar essa dura batalha de escrever para um público tão exigente que é esse a que, primordialmente, se destina.
Luís Avelima
Poeta, músico e tradutor
PREFÁCIO
Enquanto mostra, calmamente, a irracional sabedoria das galinhas, que não temem a cobra porque sempre souberam dominá-la, Joaquim Maria Botelho vai mostrando, no decorrer da sua narrativa espraiada, o doloroso construir do jovem Heitor Batalha (Batalha? Botelho?), ao longo de sua vida de menino interiorano. Sabiamente ele começa o texto com um momento dramático, capaz de construir suspense e manter até o fim do romance, intacta, a revelação.
Mas, entrementes, dá-nos notícia de suas primeiras quase-aventuras amorosas de menino, do seu tatear pelo corpo da mulher desejada, das desilusões, das difíceis relações dos adolescentes com seus pais, da inces- sante procura do jovem por um modelo, que passe pela fisionomia psico- lógica do pai, mas não o imite.
A história vai correndo pela infância, pelas férias sempre desejadas, pelos desencontros afetivos, que envolvem amigos e amadas, pelas escolas, primeiras e mais complexas, pelo ambiente político do interior paulista – e o interior paulista assoma sempre – até voltar ao primeiro incidente.
Este seu trauma inicial é retomado num clima de sonho, devaneio, embriaguês, anestesia e delírio, que o autor, numa boa escolha, deixa morrer na incerteza.
Um bom romance de estreia e uma estreia promissora.
Renata Pallottini, da Academia Paulista de Letras
I
Naquela noite, nada indicava tempestade. Nenhum indício de tragédia. O encontro marcado com Renata o deixava feliz, os músculos da barriga contraídos de ansiedade. Fez a barba, enfiou-se em roupa nova, e de roupa nova ele se achava um perigo, passou perfume. Demais. Penteou-se. Recuou dois passos para botar a silhueta inteira no reflexo do espelho. Penteou-se de novo. Chegou mais perto para verificar se era perceptível a espinha despontando no nariz. O moço do reflexo, ele mesmo, ou o outro que ele queria ser, especial, sublime, apaixonado, sério, terno, ostentava ar inteligente. Ajustou expressão facial diferente para cada uma dessas qualidades que planejava exibir para a moça. Experimentou o perfil. Esquerdo. Depois o direito, o lado melhor. Ergueu a sobrancelha, num gesto de conquistador, imaginando a impressão que causaria, depois caçoou bobo de si próprio. Não se incomodou com a cicatriz na testa – recuerdos de um voo de cima do muro ao chão, quando tinha cinco anos, ganhou uma capa de super-homem e achou ter ganhado superpoderes junto com a fantasia.
Passou a mão por baixo do queixo e foi atrás do aparelho de barba, para raspar um pouco melhor o começo do pescoço. Chegou o rosto bem perto do vidro para inspecionar o resultado. Não resistiu ao riso, por causa dos olhos envesgados pela proximidade da imagem. Percebeu o respingo de espuma de barba na gola de camisa. Foi ao guarda-roupa, mas, caramba, não tinha outra para compor tão bem o conjunto. Voltou para o banheiro e abriu a torneira da água quente. Molhou a pontinha da toalha de rosto e se esmerou na eliminação da mancha. Esperou secar a umidade para conferir se o grave problema fora corrigido. Não se percebia quase nada. Aliás, quem visse de fora, nem notaria o ponto ínfimo. A dimensão de um problema tem proporção direta com a expectativa da pessoa.
Haviam acertado o encontro para as nove horas, no cinema. O relógio lerdo marcava ainda sete horas e ele não aguentava mais ficar em casa. Sentou-se no sofá. Não chegou a ficar dois minutos. Foi ao compu- tador. Ligou. Uma eternidade para carregar o sistema, pouca memória virtual, talvez, o técnico não resolveu de vez essa lentidão, não chamo mais esse cara, tenho um amigo, esse deve conhecer melhor os segredos da informática, vou falar com ele. Desistiu no meio do processo e desligou o aparelho. Foi para a cozinha. Abriu a geladeira, sem saber o que buscar lá dentro. Fechou a porta e a cara. Ah! que se dane!
A casa da Renata ficava perto. Ah! Sim. Na Vila Mariana, em São Paulo, muita gente ainda morava em casas, apesar do número de prédios de apartamentos brotando quase de um dia para o outro, onde antes o desavisado passante se lembraria de haver uma padaria, uma quadra de tênis, um sobradinho. Pois a Renata morava em uma dessas casas. Um bangalô antigo, bem cuidado, com pequeno jardim à frente, cercado de grades baixas, portãozinho no centro. Passara por ali várias vezes, quando começou a se interessar pela moça, havia pouco mais de dois meses. O relacionamento avançava devagar, tímido e comportado, diferente das velozes aproximações amorosas de hoje. Sabia pouca coisa da moça, a bem da verdade. Discreta, reservada, não abria o coração. Mas tinha aberto um pouquinho a blusa, no último encontro, para permitir uma rápida carícia por sobre o sutiã. Tentara invadir um pouco mais no quesito conteúdo. A moça recuara o corpo centímetros bastantes para avisar que a investida lhe parecia suficiente para o momento.
A lembrança do contato físico causava-lhe arrepios de ansiedade. Passara por algumas experiências amorosas. Aquela, contudo, era especial. Estava cansado de se sentir obrigado a “trabalhar” relacionamentos amorosos. Tivera uma namorada inteligente e paranoica, e fora sufocado pela necessidade de se manter alerta, atento a todos os detalhes, cuidando do que dizia ou não dizia, em agonia de ser mal entendido por causa de uma careta involuntária, ou porque elevou a voz um pouquinho a mais. Não podia simplesmente agir com espontaneidade e ser entendido? Todo mundo tem direito a um ou outro momento de mau humor, ou de inconsequência, ou de ingenuidade. Basta não prejudicar ninguém, nem contrariar princípios. Cansou-se de agir sob o comando da racionalidade. Por isso, permitia-se voltar às sensações adolescentes, apesar dos vinte e três anos.
Contando essa namorada doidinha, teve alguns grandes últimos amores para toda a vida. Com todos eles sofreu, por impetuosidade ou preci- pitação. Queria mudar, ficar mais solto e despreocupado. Começaria por treinar o sorriso. Precisava atenuar a expressão séria, que passava imagem de pessoa meio solitária e distante, que não gosta de brincadeiras. Também precisava relaxar a atitude, civilizada demais, severa demais. As pessoas podiam pensar que agia assim para esconder insegurança.
Renata, a moça de cintura fina, tinha mistérios. Heitor decidiu mergulhar no desconhecido e não ter pressa de saber mais sobre ela. Consi- derou que a agradaria se a deixasse à vontade para falar de si. Melhor curtir cada dia, receber cada informação como se fosse um presente. Mentira! Morria de curiosidade. Havia compensações. Um breve telefonema – sempre para o celular, porque ela não concordava com isso de telefone em casa. Está certo, a gente não nasceu pra virar escravo do telefone. Mas o próprio celular ela não atendia na primeira ligação. Quase sempre dava retorno mais tarde, às vezes horas mais tarde. Você não conhece bolsa de mulher? A gente nunca encontra o celular em tempo de atender. E, além disso, no trabalho, costumo deixar no modo de vibração, por isso não percebo quando entra uma chamada. Heitor concordava, e como não concordar com aquele olhar inocente lançado para cima, com a cabeça um pouco abaixada, ar de menina frágil a pedir compreensão?
Estava inebriado por ela. Pelo conjunto. Tom de voz, elegância, independência, beleza, a própria timidez. Sentia orgulho em andar de mãos dadas com ela pelas ruas. Embora Renata se mostrasse um pouco sem jeito com essas coisas de namoradinha. Deixava a mãozinha escor- regar de dentro da dele para colocar os cabelos para trás da orelha, um gesto típico. E encantador. Ou para trocar a bolsa de braço, ajeitar a pulseira. Devia ser constrangimento. A pessoa, quando fica um tempo longo sem namorar, perde a prática. Para um rapaz vivido como Heitor, nem a atitude dela nem a pretensa justificativa dele faziam sentido. Mas, caramba, eu não dizia que preciso parar de analisar as pessoas com tanta exigência?
Pensou nas suas grandes paixões. Duas. Três, para ser exato – de Valentina quase nem lembrava mais. Juliana o envolvera numa situação que jamais conseguiu, de todo, absorver. Passou. Quem sabe pressões familiares a tivessem induzido. Não adiantava atormentar-se. Passou. Vitória, que pensara ser a mulher definitiva, foi um louco indecifrável enigma. A ela, ainda às vezes dedicava alguns suspiros e saudades. Achava ter amadurecido com essas duas experiências, aprendido a enfrentar as benesses e os malefícios do amor. Não aprendeu nada. Percebia isso com Renata. Costumava se achar experimentado nas alianças amorosas, mas agia em relação a ela com a timidez e a hesitação das primeiras vezes. Cada encontro é um, cada relacionamento é diferente do outro. E a gente não age com a outra pessoa de acordo com o cérebro, mas conforme a emoção ordena. Heitor começava do zero, readquiria inocência, a cada relaciona- mento. Entretanto, mesmo sem querer e sem admitir, lá no cofre do peito repousavam suspeitosas dúvidas sobre os mistérios de Renata.
Aflito de impaciência, resolveu passar na casa dela mais cedo. Nem vou me dar ao trabalho de telefonar, porque a danadinha não vai atender. Já sei. Passo por lá, de uma vez. Fico esperando, na sala, ela se arrumar. Isso, faria isso.
Na noite fresca de junho, de céu limpo, líquido e luminoso, ele caminhou com decisão, embora por várias vezes tivesse hesitado. Ficaria aborrecida com a chegada antecipada dele? Será que a loura cabecinha queria fazer surpresa, surgindo, como fada, à frente dele, pronta e irreto- cável? Caminhava embalado por esses pensamentos. Quando deu por si, estava diante do portão. Abriu-o, mãos de punguista, e subiu, pés de pano, a escada da varandinha.
Tomou o cuidado de pôr o celular no modo silencioso. Não queria telefonema algum atrapalhando aquela noite. Bateu à porta, de leve, levemente, pensando no poeta Augusto Gil. Renata nem ouviria as batidas, lá de dentro, tão discretas foram. Esperou um tempo, avaliando se devia chamar outra vez. Sentia-se um tanto envergonhado. Não queria incomodar, deixar a moça aborrecida, e com isso estragar o passeio. Já estava ali, porém, espetado diante da porta.
Bateu de novo. Ainda com timidez. Nenhuma resposta. Bateu mais forte e esperou.
Era cedo, bobagem vir aqui com quase duas horas de antecedência, coisa mais imatura...!
Ia virando as costas para descer a escada quando ouviu tosse de homem dentro da casa. Levou um susto! Renata morava sozinha.
Tinha acontecido um assalto no bairro duas semanas antes, e ele temeu a possibilidade de um ladrão ter invadido a casa. Sentiu o coração batendo dentro dos ouvidos. Doido, imaginando tragédias, forçou a porta da frente. Destrancada. Empurrou-a devagarinho, botou a cara para dentro e foi entrando. Na penumbra da sala enxergou o corredor e ao fundo a porta do quarto. A pulsação galopava. Avançou, encostando-se nas paredes. Pela porta entreaberta, viu as costas de um homem. Esfriou-lhe o corpo todo e um tremor incontrolável sacudiu-o inteiro. O que viu deixou-o virado em pedra! Renata deitada na cama, sem roupas, de olhos fechados. O homem, na frente dela, em pé, arrumava a calça. Um estuprador! Tinha assaltado a casa e agora se lambuzava na agonia da vítima!
Aterrorizado, não pensou em mais nada. Pegou a primeira coisa que pudesse servir de arma: um castiçal de ferro. Chutou a porta e pulou com raiva para cima do intruso. O fulano ainda se voltou para ver o agressor. Não teve tempo de reagir. Tomou uma pancada forte na cabeça. Sujeito resistente; no meio da queda, espirrando sangue pra todo lado, ainda achou jeito de desfechar um coice. A força do golpe fez Heitor tombar para trás, despencando sobre a quina de um baú de madeira.
O impacto foi danoso, mas ele voltou rápido para a posição de ataque. Nem percebeu, na queda, o telefone celular escapando do bolso do casaco. O aparelho rolou para um canto e escorregou para baixo da cômoda.
Heitor sentia uma dor desgraçada na região da costela. O medo, entretanto, superava qualquer coisa. Ouviu o grunhido do homem caído, em convulsão, tentando se levantar, e não quis arriscar. Juntou as duas mãos na haste do castiçal, firmou o corpo, olhou pra cara do sujeito e bateu de novo. Com toda a força que a raiva e o pavor lhe davam. O fulano só fez “Rã!” e ficou largado no chão.
Meio ajoelhado, Heitor quis se levantar depressa para ver Renata. As costas doíam demais. Pôs a mão para pesquisar o estrago. Havia um afundamento na região. Se ocorrera fratura, devia ser interna, porque nenhum pedaço de osso esticava lasca para fora da carne. Suportou a dor e, agachado, curvado, foi até a cama dela.
Naquele momento morreu pela primeira vez.
Renata, sentada na cama, lívida, de olhos arregalados, segurava o lençol ao peito. Na mão dela, duas notas de dinheiro. Sobre a cama, a carteira aberta do homem.
Demorou a entender. Deu-se conta, enfim. Naquele relacionamento, viu e não enxergou e por não ter enxergado não viu.
Zunia um vento forte na cara dele. Um estupor, o mundo girando, imagens rapidíssimas desfilando numa tela imaginária de cinema. Renata e ele passeando pelas lojas, ela com o dinheiro na mão, ela gastando dinheiro, ela saindo para a faculdade e nunca o deixando acompanhá-la, o corpo no chão, os dois saindo à tarde, ele sozinho em casa à noite, pensando nela, a carteira, ela na cama, o morto.
Virou-se, desceu para a rua e tentou correr. Não pôde. A dor era terrível. Respirava com imensa dificuldade. Pulmão perfurado, possivel- mente. Arrastou-se para casa. No caminho, apenas a indiferença das pessoas torcendo o nariz, decerto supondo mais um bêbado ou drogado que mal conseguia ficar em pé. Naquela hora escura, passavam, desviavam-se, nem olhavam direito, ou veriam o rosto contraído de aflição. Parou por diversas vezes, apoiando-se nas paredes e nos muros. Cada passo movimentava músculos, nervos, articulações. E cada movimento o fazia sofrer dores horrorosas. Enxergou a casa. Próxima, e tão difícil de alcançar. Chegou, afinal, respirando agulhas em vez de ar. Chegou. Tropeçou. Equilibrou-se. Entrou, aos trambolhões, e deitou-se.