domingo, 22 de abril de 2012

Ruth Guimarães: Bio-Bibliografia


José Luiz Pasin 

Ruth Guimarães Botelho nasceu em Cachoeira Paulista, no dia 13 de junho de 1920, em sítio de seu avô materno, o português José Botelho, guarda-chaves da Estrada de Ferro Central do Brasil, na rua do Aterro, atual Carlos Pinto, situado entre as barrancas do rio Paraíba e os trilhos da estrada de ferro. Filha de Cristino Guimarães e de Maria Botelho. Aos três anos de idade foi morar em uma fazenda no sul de Minas Gerais – a fazenda Campestre, na localidade de Pedra Branca, atual município de Delfim Moreira, ao pé da serra de São João. Fez o curso primário no Grupo Escolar Dr Evangelista Rodrigues, em Cachoeira Paulista e o magistério na escola Normal Patrocínio São José, em Lorena. Mudando-se para São Paulo, freqüentou a Escola Normal Padre Anchieta e concluiu seus estudos na Escola Normal de Guaratinguetá. Aos dez anos de idade, residindo com os avós maternos, em Cachoeira Paulista, publicou seus primeiros versos nos jornais locais “A Região” e “A Notícia”. Retornando a São Paulo, em 1938, ingressou no curso de Letras Clássicas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, onde foi aluna de Silveira Bueno, Antonio Soares Amora, Fidelino de Figueiredo, Roger Bastilde e outros mestres de renome internacional. Freqüentou a Escola de Arte Dramática, de Alfredo Mesquita. Foi aluna e discípula de Mário de Andrade, que a iniciou nos estudos de folclore e literatura popular. Trabalhou para diversas editoras como revisora e tradutora e escreveu crônicas, artigos e crítica literária para jornais e revistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa: Correio Paulistano, A Gazeta, Diário de São Paulo, Folha da Manhã, publicando contos no Suplemento Literário do jornal “O Estado de São Paulo” e crônicas semanais para o jornal “Folha de São Paulo”. Repórter das revistas Noite Ilustrada, Carioca, Globo, Semana Ilustrada, Senhora, Quatro Rodas, Realidade, Atualidades Literárias e Revista Lusitana (Portugal). Em 1946, lançou pela Editora da Livraria Globo seu primeiro livro Água Funda, romance que retrata o universo rural e caipira do Vale do Paraíba paulista e mineiro, nas vertentes da serra da Mantiqueira, sucesso de público e crítica. 

Seu segundo livro Filhos do Medo, ampla pesquisa folclórica sobre o diabo e todas as manifestações demoníacas no imaginário do homem valeparaibano, valeu-lhe um verbete na “Enciclopédia Française de la Plêiade” sendo Ruth Guimarães a única escritora latino-americana a receber esta distinção. Lecionou em colégios e faculdades: francês na Aliança Francesa de São Paulo, grego na Universidade de Taubaté, Folclore na Faculdade de Música Santa Cecília de Pindamonhangaba, Psicologia da Arte e Literatura Latina nas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila em Lorena, Literatura Brasileira e Portuguesa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cruzeiro. Há trinta anos vem pesquisando as ervas e raízes medicinais, preparando uma enciclopédia em doze volumes sobre medicina natural, a ser lançada pela Edart Editora. Fundou a Academia Cachoeirense de Letras, o Museu de Folclore Valdomiro Silveira e a Guarda Mirim de Cachoeira Paulista. Participou ativamente do 1º congresso Brasileiro de Folclore, da Sociedade Paulista de Escritores, do Centro de Pesquisas Folclóricas “Mário de Andrade”, da Comissão Estadual de Folclore, dos Festivais de Folclore de Olímpia, sendo membro do Instituto de Estudos Valeparaibanos e da União Brasileira de Escritores. Em 1989, recebeu do Instituto de Estudos Valeparaibanos, o Prêmio Cultural “Eugenia Sereno”. Além de mais de quarenta livros publicados, incluindo, biografias, antologias e traduções do latim, do espanhol, do francês e do italiano, Ruth Guimarães participou da montagem da peça “Romaria”, dirigida por Miroel Silveira, com músicas de Almir Sater e Renato Teixeira. O Grupo de Teatro do SESC de São Paulo encenou a peça de sua autoria “A Pensão de Dona Branca”. Reside atualmente em Cachoeira Paulista, no sítio herdado de seu avô materno, onde cuida das suas plantas, cachorros, galinhas e paios, pesquisa e escreve seus livros, contos e crônicas, recebe os amigos, alunos e admiradores para a prosa gostosa e hospitaleira. Terminou a mais completa pesquisa sobre Pedro Malazartes, o herói mitológico popular e está escrevendo um novo romance intitulado O Livro da Bruxa. Casada com seu primo, o fotografo e jornalista José Botelho Netto, amigo e companheiro de jornadas e pesquisas, tiveram nove filhos: Marta, Rubem, Antonio Jose, Joaquim Maria, Judá, Marcos, Rovana, Olavo e Júnia: poetas, jornalistas, professores. Segundo seu filho Joaquim Maria: 

“Ruth Guimarães vive dizendo que quer arranjar tempo para se dedicar à bruxaria... Ruth vive sem tempo, mas já é uma bruxa – a bruxa boa que o folclore valeparaibano representa nas suas histórias como a simpática velhinha que ensina o caminho às perdidas, que destrói com artimanhas geniais os monstros para deixar passar os príncipes que vão, por sua vez, salvar as princesas transformadas em rãs e as donzelas amaldiçoadas pelas feiticeiras malvadas. É assim que a Ruth quer continuar vivendo neste Vale do Paraíba que ela conta e reconta nos seus escritos deliciosos, pesquisados com o carinho de quem garimpa brilhantes. Na sua calma de cachoeirense, Ruth vem abrindo a alma, há 91 anos, para ser o relicário vivo das informações e da cultura valeparaibanas...” 

BIBLIOGRAFIA 
LIVROS 

- Água Funda. Porto Alegre, Edição da Livraria do Globo, 1946; 
- Os Filhos do Medo. Porto Alegre, Editora Globo, 1950; 
- Mulheres Célebres. São Paulo, Editora Cultrix, 1960; 
- As Mães na Lenda e na História. São Paulo, Editora Cultrix, 1960; 
- Líderes Religiosos. São Paulo, Editora Cultrix, 1961; 
- Lendas e Fábulas do Brasil. São Paulo, Editora Cultrix, 1972; 
- Dicionário da Mitologia Grega. São Paulo, Editora Cultrix, 1972; 
- O Mundo Caboclo de Valdomiro Silveira. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora/Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo do Estado de São Paulo/Instituto Nacional do Livro, 1974; 
- Grandes Enigmas da História. São Paulo, Editora Cultrix, 1975; 
- Medicina Mágica: As simpatias. São Paulo, Global Editora, 1986; 
- Lendas e Fábulas do Brasil. São Paulo, Círculo do Livro, 1989; 
- Crônicas Valeparaibanas. São Paulo, Centro Educacional Objetivo/Fundação Nacional do Tropeirismo, 1992; 
- Contos de Cidadezinha. Lorena, Centro Cultural “Teresa D’Ávila”, 1996; 
- Vestuário. São Paulo, Donato Editora Ltda., Volume III, s.d.; 
- “Esta é a segunda carta que lhe escrevo” in “Cartas a Mário de Andrade”. Organização Fábio Lucas, Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1993; 
- Os Castiçais de Santo Antonio. Sem identificação bibliográfica; 
- História do Vale do Sol. Idem; 
- Água Funda. 2ª edição, com prefácio de Antonio Cândido, São Paulo, Editora Nova Fronteira, 2004; 
- Calidoscópio – A Saga de Pedro Malazarte. São José dos Campos, JAC Editora, 2006. 

TEATRO 

- A Pensão de Dona Branca 
- Romaria 

TRADUÇÕES 

- Histórias Fascinantes, de Honoré de Balzac: seleção, tradução e prefácio – São Paulo, Editora Cultrix, 1960; 
- Os Mais Brilhantes Contos de Dostoievski, de Feodor Mikhailovitch: introdução, seleção e tradução. Rio de Janeiro, Edições de Ouro, 1966; 
- Contos de Dostoievski: introdução, seleção e tradução. São Paulo, Editora Cultrix, 1985; 
- Contos de Alphonse Daudet: seleção e prefácio. Tradução: Ruth Guimarães e Rolando Roque da Silva. São Paulo, Editora Cultrix, 1986; 
- Contos de Balzac: seleção, tradução e prefácio. São Paulo, Editora Cultrix, 1986; 
- Os Melhores Contos de Alphonse Daudet: seleção e prefácio. Tradução: Ruth Guimarães e Rolando Roque da Silva. São Paulo, Círculo do Livro, 1987; 
- Os Melhores Contos de F. Dostoievski: tradução, seleção e introdução. São Paulo, Círculo do Livro, 1987; 
- Os Melhores Contos de Balzac: seleção, tradução e prefácio. São Paulo, Círculo do Livro, 1988; 
- A Mulher Abandonada e outros contos de Balzac: seleção, tradução e prefácio. Rio de Janeiro, Ediouro, 1992; 
- Histórias Dramáticas, de F. Dostoievski: seleção tradução e prefácio sem identificação bibliográfica; 
- O Asno de Ouro, de Apuleio. Edições Ouro, s.d.; 
- A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, idem; 
- A Corrente, de Claras Cartas, do italiano. São Paulo, Editora Saraiva, s.d. 

Bibliografia Consultada 

- BARBOSA, Avelino Alves. “A vida e a obra da escritora Ruth Guimarães”, in Jornal “Valeparaibano”, São José dos Campos, 13.06.1982; 
- BOTELHO, Joaquim Maria Guimarães. “Mestre por Vocação”, in Revista “Momento”, São José dos Campos, julho/1985, p. 33; 
- ___________. “O Vale do Paraíba em forma de pepitas”, in “Crônicas Valeparaibanas”: Ruth Guimarães, São Paulo, Centro Educacional Objetivo/Fundação Nacional do Tropeirismo, 1992, pp. 12-13; 
- ___________. “Flashes da vida e obra da escritora Ruth Guimarães”, Jornal “Valeparaibano”, São José dos Campos, 19.10.1982, p.12; 
- GUIMARÃES, Ruth. Água Funda. Porto Alegre, edição da Livraria do Globo, 1946; 
- __________. “Esta é a segunda carta que lhe escrevo”, in “Cartas a Mário de Andrade”. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1993, pp. 59-64. Organização Fábio Lucas; 
- PASIN, José Luiz[1]. “Panorama da Literatura”. Lorena, Faculdades Integradas “Teresa D’Ávila”, 1995; 
- SODRÉ, Nelson Werneck. “O Velho Vale”, in Jornal “Correio Paulistano”. São Paulo, 08jan1952. 

ARQUIVOS 

- Arquivo “Memória de Guaratinguetá”. Museu “Frei Galvão”, Guaratinguetá/SP; 
- Arquivo do Instituto de Estudos Valeparaibanos. Guaratinguetá/SP. 

BIBLIOTECAS 

- Biblioteca de Assuntos Valeparaibanos. Lorena/SP 
- Biblioteca Conde de Moreira Lima. Lorena/SP 
- Biblioteca Mário de Andrade. São Paulo/SP 
- Biblioteca Nacional. Riode Janeiro/RJ 

[1] O autor foi professor de Literatura Regional nas Faculdades Integradas “Teresa D’Ávila” na cidade de Lorena/SP.

Elaboração de paráfrases, dicas de como reescrever um texto original

Um dos motivos que leva o jovem universitário a cometer plágio em seus trabalhos acadêmicos tem a ver com a dificuldade em produzir os próprios textos. Citando outros autores, Oliveira (2007) explica que isto é decorrência da formação obtida na escola básica, na qual a pesquisa ficou caracterizada como transcrição literal de outros textos, somada a preocupação dos professores responsáveis pelo processo educacional em verificar apenas aspectos relacionados à forma, como caligrafia, margens e adequação na apresentação (GARCEZ, 1998; SALOMON, 2001). 

Para Oliveira (2007, p. 44) fica claro

portanto, [que] habituados à atividade de transcrição, os universitários não desenvolveram a consciência de autoria. Foram vítimas, de acordo com Pécora (2002) e Geraldi (2003), de um discurso docente que orientou o que se deve dizer, como também que a transcrição acrítica de textos é válida, garantindo uma padronização da aprendizagem pela internalização de modelos de estrutura fixa, condicionando o educando a não ser autor dos próprios textos, mas a reproduzir o já dito. Nossos universitários reproduzem textos (PÉCORA, 2002, p. 15). (OLIVEIRA, 2007, p. 44)

Na elaboração de um trabalho científico é recomendado que os textos e ideias consultadas nas fontes originais sejam apresentados com as próprias palavras do redator, mantendo assim a uniformidade do estilo de escrita. Cópias literais, ou seja transcrição de texto, devem ser reservadas para conceitos, idéias essenciais e explicações teóricas ou técnicas as quais ficam mais claras para o leitor da forma escrita originalmente. Mas isto deve ser a exceção em um trabalho acadêmico.

Os trechos copiados devem ser apresentados entre aspas (quando a cópia não ultrapassa três linhas no trabalho do redator) ou colocados em destaque, com um recuo de 4 cm da margem esquerda, letra menor (tamanho 10) e espaçamento simples entrelinhas. Estes recursos criam um “bloco de texto” que o leitor imediatamente reconhece como cópia. Entretanto, estas citações diretas, sobretudo as longas (com mais de quatro linhas) acabam “quebrando” o texto durante a leitura e este é mais um motivo para evitá-las.

É melhor sempre utilizar as citações indiretas, isto é, escrever os textos ou as idéias consultadas com as próprias palavras, sem esquecer que autor e obra devem ser sempre citados e inseridos na lista de referências.

Para a elaboração de citações indiretas é possível utilizar o recurso de paráfrase ou sumarização (resumo). Interessante notar a distinção sobre estes dois recursos que é feito pelo Instituto de Tecnologia de Massashusetts (MIT). O texto da paráfrase tem o tamanho aproximado da fonte original e o resumo é um texto mais curto. (MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY, 2007). Em ambos os casos, a técnica de elaboração é a mesma.

Oliveira (2007, p. 52) concebe a sumarização como “uma prática de compreensão de textos [...] que implica em selecionar [...] o que é relevante no/para o seu entendimento.” Através desta atividade, o redator identifica e extrai de um texto original as idéias essenciais e as reescreve em forma de síntese crítica, utilizando regras de apagamento e substituição, conforme explicitadas por Machado (2005, p. 141 apud OLIVEIRA, 2007, p. 54):

As regras de apagamento se caracterizam pela eliminação de informações desnecessárias à compreensão do texto objeto da sumarização. As de substituição solicitam a construção de proposições novas, ausentes do texto original, mas que englobam informações expressas ou pressupostas do texto. (grifos do autor).

O MIT (2007) dá algumas dicas bem práticas para a elaboração de paráfrases e resumos:

1. Use sinônimos para as palavras do texto original que não são genéricas como globalização, responsabilidade social, meio ambiente, etc.
2. Mude a estrutura da sentença consultada.
3. Se a fonte utiliza a voz ativa, prefira a voz passiva ou vice-versa.
4. Reduza parágrafos, períodos, sentenças em frases.
5. Transmita o discurso original de forma diferente.

Uma paráfrase ou resumo bem feito é resultado da aplicação simultânea de várias destas dicas. Observação importante: textos reescritos que apenas substituem sinônimos configuram-se como plágio, ainda que seja indicado o autor, pois em geral são transcritos literalmente trechos do autor original sem que isto seja destacado.

Exemplo:
TEXTO ORIGINAL
CITAÇÃO INDIRETA COM PLÁGIO
CITAÇÃO INDIRETA CORRETA

Como toda atividade racional e sistemática, a pesquisa exige que as ações desenvolvidas ao longo de seu processo sejam efetivamente planejadas. De modo geral, concebe-se o planejamento como a primeira fase da pesquisa, que envolve a formulação do problema, a especificação de seus objetivos, a construção de hipóteses, a operacionalização de conceitos etc.
Referência:
GIL, Antonio Carlos.
 Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 19.

Conforme explica Gil (2007), a pesquisa exige planejamento das ações desenvolvidasdurante seu processo. Planejar é o ponto de partida da pesquisa, que parte da formulação do problema passa pelaconstrução de hipóteses etc.
Referência:
GIL, Antonio Carlos.
 Como elaborar projetos de pesquisa.4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 19.
Por que isto é plágio?
O redator manteve a mesma estrutura do texto original e reproduziu trechos literais, apenas substituiu alguns sinônimos.


De acordo com Gil (2007) o processo de pesquisa deve ser iniciado com o planejamento e o primeiro passo a ser dado é a  formulação do problema.
Referência:
GIL, Antonio Carlos.
 Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 19.

Por que isto não é plágio?
O redator conservou palavras essenciais do texto original (pesquisa, planejamento) e usou sinônimos para outras, mas mudou a estrutura da sentença, utilizou a voz passiva e reduziu o texto para um período.

Elaboração de citações, indicação de autor e documento consultado


A forma de se fazer citações varia de acordo com as convenções de cada país ou comunidade científica. No Brasil, em geral é adotada a diretriz para elaboração de citações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT 10520, 2002).

Fonte: extraído do sítio Plágio.net. Disponível em: http://plagio.net.br/

O que os autores dizem sobre o plágio

Segundo o US Committee on Science, Engineering, and Public Policy citado por Eysenbach (2000), a conceituação de plágio é "using the ideas or words of another person without giving appropriate credit." ou seja, o uso de idéias ou palavras de outra pessoa sem dar-lhe o crédito apropriado.

De acordo com Gomes (1985, p.118) “velho como a literatura, o plágio só começou verdadeiramente a incomodar quando, à idéia de uma usurpação literária, associou-se o fato material de um prejuízo econômico”. Antes da exploração comercial das publicações literárias, o fato de ser copiado por outros autores era fato de orgulho ao autor copiado, sendo o ato entendido como homenagem ao seu talento e criatividade. Porém, com a comercialização em larga escala das obras, os autores passaram a se sentirem lesados pelo ganho econômico daqueles que lhes usurparam o patrimônio (GOMES, 1985).

No conceito de Shaw (apud Gomes 1985, p.122), “o plágio verifica-se quando alguém copia ou imita servilmente a linguagem e as idéias de outrem e as apresenta como suas. O plágio, palavra derivada de um termo latino que significa rapto, pode ir desde a mera paráfrase grosseira à cópia descarada”.

Manso (1989, p. 41 apud Gandelman, 2004, p.114) explica que “haverá plágio quando alguém faz publicar como sua a obra de outrem, ainda que a modifique formamente, para disfarçar o servilismo da cópia”. O autor ainda assevera que “o plágio se apura muito mais em função das semelhanças do que das diferenças, de modo que o próprio disfarce termina sendo a melhor demonstração do dolo, no plágio. O disfarce deixa à vista, claramente, a intenção de fraudar”.

A simples reprodução do texto integral ou de parte de uma propriedade intelectual e ou artística tem a denominação de plágio. A origem da palavra plágio vem do grego plágios, que significa oblíquo, tortuoso e astucioso, assinar ou apresentar como seu (obra de outrem), imitar (trabalho alheio) (HARTMANN, 2006).

Corroborando com os conceitos apresentados acima, o efeito que o plágio ocasiona é o cerceamento do exercício pleno da autoria, usurpando o direito do reconhecimento público da autoria do trabalho (CHRISTOFE, 1996).

Conforme preconiza Christofe (1996), o plágio ocorre na produção científica pela omissão das citações. É uma forma do velho se disfarçar como novo. Segundo Orlandi (1993, p.149) “tudo isso nos mostra que, afinal, a citação, no discurso científico, não é apenas uma questão moral, mas funcional, ou seja, ela faz parte do mecanismo estruturante do modo de produzir ciência. Não é um fenômeno marginal, mas substantivo”.

No meio acadêmico, mais especificamente nas publicações científicas oriundas dos programas de pós-graduação, o plágio normalmente não gera lucro, já que o autor dos trabalhos, mesmo que publicados em periódicos ou anais, nada recebe pelo seu trabalho. Porém, o plágio rouba do escritor o que muitas vezes é o fruto de um trabalho para se tornar escritor.

Mesmo que na produção acadêmica é inevitável a intertextualidade verificada entre textos produzidos, o plágio pode ser entendido como um tipo de intertextualidade implícita de
caráter doloso, que busca acintosamente a dissimulação da autoria. Neste sentido, não se caracteriza como paráfrase, já que nada de novo é produzido, apenas repete-se o já dito (CHRISTOFE, 1996).

Na opinião de Christofe (1996, p. 123) “para que haja plágio é preciso que haja intertextualidade de forma e de conteúdo, é preciso que os sentidos sejam semelhantes. No plágio, a intertextualidade é sempre implícita e ocorre sobre textos alheios.” A autora ainda comenta que esta intertextualidade implícita encontrada no plágio é sempre voltada para o mascaramento do texto original.

Independente da forma que se apresenta, o plágio é uma prática ilegal que fere os direitos autorais de quem efetivamente é o criador da obra.


REFERÊNCIAS
ABRAÃO, Eliane Y. Direito de Autor e Conexos. 1ed. São Paulo: Brasil, 2002.
BARBASTEFANO, Rafael Garcia; SOUZA, Cristina Gomes de. Percepção do conceito de plágio acadêmico entre alunos de engenharia de produção e ações para sua redução. Revista Produção On Line, Florianópolis, Edição Especial, Dezembro 2007.
BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
BRASIL. Lei dos Direitos Autorais, Lei noo 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e da outras providências. Brasília-DF, 19 fev. 1998. Disponível em:
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
CHRISTOFE, Lílian. Intertextualidade e Plágio: questões da liguagem e autoria. 1996. 192 f. Tese (Doutorado em Lingüística), Universidade Estadual de Campinas, Campinhas, 1996.
EYSENBACH, Gunther. Report of a case of cyberplagiarism - and reflections on detecting and preventing academic misconduct using the Internet. Journal of Medical Internet Research. N. 1, volume 2, março 2000. Disponível em http://www.jmir.org/2000/1/e4. 
GANDELMAN, Henrique. O que você precisa saber sobre direito autorais. RJ: Ed. Senac Nacional, 2004.
GARZON, Ana Rosa Lemos da Cunha. Direitos Autorais: busca do equilíbrio. 2006. 114 f. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais), Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, BH, 2006.
GOMES, João Carlos Teixeira. Gregório de matos, o boca de brasa (Um Estudo de Plágio e Criação Intertextual). Petrópolis: Vozes, 1985.
GARSCHAGEN, B. Universidade em tempos de plágio. 2006. Disponível em:
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=366ASP006>. 
HARTMANN, E. Variações sobre Plágio. Confraria arte e literatura. N. 8, mai/jun 2006. Disponível em :
http://www.confrariadovento.com/revista/numero8/ensaio03.htm>. 
MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato. Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas, 2007.
ORLANDI, Eni Pulcinelli. As forma do silêncio: no movimento dos sentidos. Campinas: UNICAMP, 1993.

Fatores que levam ao plágio

Segundo Lécio Ramos, professor da Universidade Estácio de Sá, citado por Garschagen (2006), existem quatro aspectos para o crescimento do plágio intelectual. 

  • O primeiro aspecto é “a deformação na formação educacional e intelectual de alunos, professores e demais profissionais da área”. 
  • O segundo aspecto diz respeito a “diluição ética do que é e do que não é lícito fazer”. 
  • O autor ainda como fator de crescimento do plágio “a facilidade trazida pela internet, que coloca à disposição, em escala geométrica, muitos textos para quem quiser copiar”. 
  • Por último, assevera que “a falta de tempo e pressão para produzir trabalhos”.

O plágio na comunidade científica: questões culturais e linguístcas

Na visão da maioria dos países de língua inglesa, o plágio é definido como a "apropriação ou imitação da linguagem, idéias ou pensamentos de outro autor e a representação das mesmas como se fossem daquele que as utiliza", conforme o Random House Unabridged Dictionary. Essa definição é compartilhada por inúmeros dicionários da língua inglesa, assim como por universidades britânicas e americanas. De acordo com a University of Hertfordshire Hatfield no Reino Unido, o plágio se caracteriza pela apropriação de idéias ou palavras de outrem sem o devido crédito, mesmo que acidental. Segundo a universidade, "o plágio é considerado uma prática muito séria na educação superior no Reino Unido. Mesmo que uma pequena seção de seu trabalho contenha plágio, é possível que a nota zero seja atribuída a ele... Em casos mais extremos, você pode ser expulso da universidade".

Nos Estados Unidos, a prática do plágio também é vista com bastante seriedade e está sujeita a punições acadêmicas. De acordo com John Edlund, da Califórnia State University, "o plágio é uma violação direta da honestidade acadêmica e intelectual. Muito embora ele possa existir sob várias formas, todos os tipos de plágio se resumem na mesma prática: representar as idéias ou palavras de outrem como se fossem suas... mesmo a utilização das idéias do outro nas suas próprias palavras sem citação também pode ser qualificado como tal".

Como a prática do plágio aponta para desonestidade acadêmica, ele também é investigado pelas agências de fomento à pesquisa em tais países. Em 2006, o Swedish Research Council recebeu uma denúncia de fraude relacionada ao plágio de um projeto de pesquisa. Um pesquisador de biologia submeteu uma versão plagiada de um projeto já entregue por sua orientadora ao National Institutes of Health (NIH), nos EUA. O financiamento para o biólogo foi automaticamente cancelado após a denúncia de fraude.

TOLERÂNCIA ZERO 
De certa forma, o mesmo rigor tem sido aplicado a denúncias de plágio em publicações acadêmicas. Atualmente, há uma política de "tolerância zero" ao plágio, que vem se estabelecendo através de periódicos internacionais. Recentemente, a Elsevier estabeleceu orientações bastante detalhadas sobre questões éticas relacionadas ao artigo científico. Na definição sobre o plágio, até mesmo algumas nuances foram abordadas: "a cópia pode ocorrer mesmo sem a reprodução exata das palavras do texto original. Este tipo de cópia é conhecido como paráfrase e pode ser o tipo de plágio mais difícil de ser detectado." Para autores acusados de plagiar idéias ou trechos de publicações anteriores, a punição é, muitas vezes, o bloqueio de nova submissão de manuscritos pelos envolvidos nesse tipo de "fraude". Em 2004, O The Scientist divulgou uma dessas. O pesquisador egípcio, Mostafa Imam, publicou, em cerca de 20 anos, vários papers sobre fósseis de algas, auto-plagiando várias imagens. Figuras de algas vermelhas, por exemplo, típicas de um determinado período geológico, apareciam como típicas do Egito, enquanto eram da Espanha. Ele não só teve sua reputação destruída na academia, como também comprometeu, através de seus plágios, o estado da arte na área de micropaleontologia. Imam ficou impedido de re-submeter trabalhos para o periódico.

No entanto, o conceito de plágio ainda é bastante difuso para pesquisadores de vários países. Na verdade, não só o conceito como também as relações que se estabelecem com tal prática decorrem de um viés cultural importante. A abordagem do plágio é permeada pelo conceito de autoria e propriedade intelectual. Sendo assim, não se pode negar que culturas que legitimam a condenação da cópia de textos e idéias de outrem sem a devida citação, legitimam a propriedade intelectual do autor, ou seja, a originalidade. De acordo com Edlund, "...em países de língua inglesa, as pessoas acreditam que idéias e expressões escritas podem ser possuídas. Quando um autor escreve uma determinada seqüência de palavras ou frases expressando uma determinada ideia, esse autor, de fato, é dono de tais construções e idéias. Portanto, a utilização de tais palavras sem a devida atribuição ao autor se configura roubo. Essa questão é bem diferente, por exemplo, da ideia chinesa de que palavras e idéias pertencem à cultura e à sociedade e devem ser compartilhadas entre os indivíduos..." O pesquisador Marcel Laffollette, no artigo "The evolution of the scientific misconduct issue: a historical overview" (2000), reporta que para um cientista americano, "o roubo de suas palavras é roubo de autoria. O roubo de sua ideia é roubo de sua própria identidade como cientista". A importância dada ao plágio nas universidades e órgãos de financiamento americanos acaba se introduzindo em outras culturas que não compartilham dessa mesma visão de propriedade.

Para culturas confucianas – como, por exemplo, Singapura, China e Coréia – a autoria e a originalidade não são valorizadas como no Ocidente. A noção de propriedade intelectual, tradicionalmente, é bem mais coletiva do que individual. Portanto, num contexto acadêmico extremamente multicultural, não são poucos os conflitos e dilemas que decorrem dessa visão diversa de autoria e produção textual. Há uma preocupação considerável por parte de autores dessas culturas confucianas em desenvolver mecanismos educacionais para diminuir as diferenças, por exemplo, na visão do texto do artigo científico.

Em 1996, a Science divulgou que três casos de plágio envolvendo cientistas chineses levaram a uma discussão nacional sobre esse tipo de má conduta. A Academia Chinesa de Ciências, engajada na discussão, introduziu o On being a scientist, lançado em 1989 pela Academia Nacional de Ciências dos EUA, entre os pesquisadores chineses. O objetivo seria reduzir a incidência de fraudes, incluindo o plágio, entre os pesquisadores. Hoje, medidas educacionais contra o plágio e outras formas de má conduta se tornaram uma das prioridades no ambiente acadêmico daquele país.

Num editorial sobre o plágio (1996), Carlos Coimbra, editor de Cadernos de Saúde Pública, declara que "no Brasil pouco se fala sobre plágio em ciência. Isto certamente decorre menos da ausência do problema no país do que da falta de iniciativas para aprofundar essa discussão." É necessário considerarmos o cenário atual da pesquisa científica. Hoje, diferente do que acontecia até pelo menos a década de 1980, ciência em inglês é um imperativo. Se considerarmos que mais de 95% dos artigos na base de dados do Science Citation Index está em língua inglesa, qual a razão para que resultados originais de pesquisa não tenham pelo menos uma versão no idioma? Porém, quantos cientistas não-nativos, incluindo os brasileiros, são proficientes em inglês? Mais do que isso: quantos desses cientistas conseguem produzir sua própria voz em todas as seções do artigo científico? Para o Brasil, um país cuja língua materna é o português e onde o inglês não é falado nem mesmo como terceira língua, poderíamos dizer que bem poucos.

PERIÓDICOS ESTRANGEIROS
No entanto, a produção do país em periódicos internacionais é crescente e hoje contamos com cerca de 1.6% das publicações em periódicos indexados no Thomson Scientific. Não se sabe se há trechos plagiados nessas publicações nem mesmo o quanto de auto-plágio existe nessa fração, já que isso não foi investigado. Porém, se considerarmos a realidade linguística da pesquisa brasileira e a de uma educação voltada para a produção do texto não como instrumento formador de senso-crítico e opinião, nos vemos numa situação favorável ao plágio. De acordo com Obdália Silva, em seu Entre o plágio e a autoria? qual o papel da universidade? (2006) [no Brasil]... "historicamente, desde o ensino fundamental à universidade, tem-se convivido com a prática de cópias de produções textuais de outrem, seja de forma parcial ou total, omitindo-se a fonte...". De volta à pergunta (1), será que por compartilharmos uma visão mais ocidental da autoria e propriedade intelectual, cometemos menos plágio do que, por exemplo, os chineses? Não necessariamente; a questão é que a produção científica chinesa é bem maior que a brasileira e talvez a exposição seja maior. Quanto à pergunta (2), será que os poucos casos de plágio (publicizados) envolvendo cientistas brasileiros indicam que a prática aqui é rara? Não necessariamente, pois se a tolerância à prática do plágio de textos em inglês, por exemplo, for a mesma para quem comete e quem detecta, não haveria interesse em investigar a questão. Seria quase como se pensar em abrir uma caixa de Pandora.

O fato é que a discussão da dimensão da prática do plágio na academia é de extrema importância para a atividade científica. Diante da relevância do tema e do foco internacional que ele vem recebendo é, no mínimo, ingênuo ou imaturo não se pensar de forma bem pragmática em abordar o plágio nas universidades e outras instituições de pesquisa. Isto poderia ser discutido nos programas de pós-graduação.

Vale lembrar, porém, que a definição de plágio aceita pelas agências de fomento americanas e europeias é bastante rigorosa e demanda originalidade na produção textual. É difícil pensar que apenas informação resolva o problema de autores que, por não dominarem a língua inglesa, se vêem "tentados" a um empréstimo linguístico subversivo de pequenos trechos de artigos em inglês. Segundo a definição internacional do plágio, mudar algumas palavras de uma frase de outrem e incorporá-las no texto em construção configura plágio. Sendo assim, também é extremamente importante que, paralelamente à orientação sobre tal prática, também estejam políticas educacionais que fomentem o ensino de redação científica em inglês nos programas de pós-graduação em ciências. Se as ações não forem conjuntas, pouco se avançará sobre essa questão e perderemos a oportunidade de, inclusive, questionarmos, se for o caso, o quanto dessas definições internacionais dialogam com a realidade cultural e linguística em que se dá a pesquisa científica brasileira.


Sonia M.R.Vasconcelos é mestre em literatura de língua inglesa e doutoranda do Programa de Educação, Gestão e Difusão em Biociências, da Universidade Federa do Rio de Janeiro (UFRJ).

Plágio: saiba o que é

O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original. No ato de plágio, o plagiador apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma.

Etimologia
A origem etimológica da palavra demonstra a conotação de má intenção no ato de plagiar; o termo tem origem do latim plagiu que significa oblíquo, indireto, astucioso. O plágio é considerado antiético (ou mesmo imoral) em várias culturas, e é qualificado como crime de violação de direito autoral em vários países.

Plágio não é a mesma coisa que paródia. Na paródia, há uma intenção clara de homenagem, crítica ou de sátira, não existe a intenção de enganar o leitor ou o espectador quanto à identidade do autor da obra.

Para evitar acusação de plágio quando se utilizar parte de uma obra intelectual na criação de uma nova obra, recomenda-se colocar sempre créditos completos para o autor, seguindo as normas da ABNT, especialmente no caso de trabalhos acadêmicos onde normalmente se utiliza a citação bibliográfica.

No Brasil

No Brasil o plágio é considerado crime e sua principal referência é a lei 9.610. Todavia, a lei 9.610 é voltada para a proteção de obras comerciais. Segundo essa lei seria possível copiar "pequenos trechos", o que é inadmissível em um trabalho acadêmico. Para fins de trabalho acadêmico é mais adequado seguir-se as normas da ABNT, que não admitem exceções para textos copiados.

Viena, 1931: carta a um plagiario

O que pode fazer o autor quando é vítima de plágio? Erwin Theodor Rosenthal, eminente germanista, ensaísta e tradutor, que, em 2005, foi vítima de um notório caso de plágio da sua tradução de A Origem da Tragédia (publicada em 1948), relata um outro caso, ocorrido em 1931, em Viena, quando o escritor austríaco Egon Friedell (1878 - 1938) escreveu ao seu plagiador, um certo Anton Kuh, uma memorável carta aberta, com o seguinte teor:

Prezado Senhor,
Foi surpresa verificar que resolveu publicar a minha humilde estória, "O imperador José e a Prostituta", tal como a escrevi, com o acréscimo das três palavras: "Por Anton Kuh" , na publicação Querschnitt. Honra-me sem dúvida o fato de sua escolha ter recaído na minha estorinha, quando toda a literatura mundial desde Homero se encontrava à sua disposição. Teria gostado de retribuir na mesma moeda, mas depois de examinar toda a sua obra, não encontrei nada que tivesse vontade de subscrever. (ass) Egon Friedell.

Casos notáveis de plágio
Literatura científica

A editora brasileira Editora Martin Claret vem sofrendo diversas acusações de plágio provenientes de diversas traduções. Em 2000, ela respondeu a uma intimação judicial da Companhia das Letras, reconhecendo posteriormente ter usado uma parte das traduções de Modesto Carone para três novelas de Franz Kafka (1883-1924): "A Metamorfose", "Um Artista da Fome" e "Carta ao Pai".
Já em 2007, por sua vez, a obra A República, de Platão, tinha a tradução assinada por Pietro Nassetti, mas na verdade o texto é uma adaptação com pequenas mudanças da tradução de Maria Helena da Rocha Pereira, uma das maiores especialistas portuguesas em Grécia Antiga. O editor Martin Claret, dono da Editora Martin Claret, admitiu que sua edição de A República, é plágio da edição da Fundação Calouste Gulbenkian. Há ainda a suspeita de que alguns outros livros da editora usem traduções plagiadas. O caso é parecido com o plágio das traduções publicadas pela Editora Nova Cultural.

O atual Presidente da Rússia Vladimir Putin é acusado de ter copiado quase literal a maioria do texto da sua dissertação do livro "Strategic Planning and Policy“ (de William R. King e David I. Cleland, professores da Universidade de Pittsburgh, publicado em 1978).

Stephen E. Ambrose, escritor estadunidense e biógrafo dos presidentes dos Estados Unidos Dwight D. Eisenhower e Richard Nixon, copiou em muitas das suas obras passagens completas de outros autores.

A tese da política alemã Silvana Koch-Mehrin, defendida em 2001 com o título 'Historical Currency Unions between Economy and Politics', foi analizada usando o esforço crowdsourcing, sendo ela acusada de plágio. Como consequência, em 11 de maio de 2011 ela renunciou ao cargo de presidente do FDP no Parlamento Europeu e de vice-presidente do Parlamento Europeu, alegando querer encerrar a crise que o inquérito trouxe à sua família. Ela permanece membro do Parlamento Europeu, e continuou a usar o título de doutor. Em 15 de junho de 2011 a Universidade de Heidelberg rescindiu oficialmente seu título de doutorado, devido a plágio descarado.

O político alemão Karl-Theodor zu Guttenberg, na época ministro da Defesa da Alemanha, foi acusado em fevereiro de 2011 de plágio e ficou sem o seu título de doutor em direito. Ele havia obtido o título em 2007. A Universidade de Bayreuth retirou de Karl-Theodor zu Guttenberg o título do doutorado em 22 de fevereiro de 2011. Isto valeu a ele pelo menos duas queixas na justiça, e o apelido de "Barão copia-cola" e "Barão von Googleberg". Em 1 março de 2011 Karl-Theodor zu Guttenberg anunciou sua renúncia como ministro da Defesa de Alemanha e da renúncia do mandato parlamentar.

O político e (ex-) presidente da Hungria Pál Schmitt teve o seu título de doutorado retirado em março de 2012 pelo Conselho de Doutores da Universidade de Medicina "Semmelweis". Em 2 de abril de 2012 anunciou que irá renunciar ao cargo.

Filmes

Em 1999, Sérgio Rezende, roteirista e diretor do filme Mauá - O Imperador e o Rei entrou numa disputa judicial com Jorge Caldeira, autor do livro Mauá: empresário do Imperio, que acusou Sérgio Rezende de plágio por usar dialógos inteiros de seu livro no filme. Em 2006, os juízes da 15ª Vara de São Paulo decidiram que não houve plágio.

Música

Em 3 de dezembro de 2008, a música Still Got the Blues do álbum homônimo de Gary Moore (lançado em 1990) foi declarado plágio de uma canção desconhecida (ao menos fora da Alemanha) publicada em 1974 chamada "Nordrach", da banda alemã Jud's Gallery pelo Tribunal Regional de Justiça (Landgericht) de Munique. Gary negou conhecer a música, alegando que esta era indisponível em gravações ou CD na época em que ele gravou o álbum. A corte reconheceu que não havia evidência de que o solo de guitarra havia sido copiado de "Nordrach", mas uma violação de copyright independe da qualificação do furto.

Fonte: extraído do sítio: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1gio

Como o plágio surgiu e o que diz a lei brasileira sobre isso?

A Constituição Brasileira (1988, artigo 5º) declara que “aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras”. O assunto é detalhado na Lei dos Direitos Autorais (Lei 9.610/1998) e, principalmente quando caracterizado como contrafação, isto é, reprodução não autorizada de uma obra com a finalidade de obtenção de vantagem econômica, prevê sanções civis e penais para o infrator. “No Código Penal em 
vigor, no Título que trata dos Crimes Contra a Propriedade Intelectual, nós nos deparamos com a previsão de crime de violação de direito autoral – artigo 184 – que traz o seguinte teor: Violar direito autoral: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.” (FURTADO, 2002). 

Contudo, no ambiente acadêmico, a ocorrência do plágio geralmente não está associada à contrafação, embora seja uma violação ao direito autoral por caracterizar-se pela apropriação de obra intelectual alheia, não pode ser considerado crime. É o que pensa o advogado Eduardo Senna argumentando que o plágio no ambiente acadêmico geralmente é uma “imitação disfarçada” da propriedade intelectual alheia. 

Neste caso,
O aluno que comete plágio estaria sujeito às seguintes sanções legais: uma indenização por dano patrimonial, uso indevido da obra; e uma indenização por dano moral pela mesma razão, isso por conta da subdivisão do direito autoral em patrimonial e moral. ´Nem a universidade nem o professor podem entrar com uma ação contra o aluno. O dono da obra é quem pode processar. Por isso que é muito difícil de coibir isso e a história fica só no meio acadêmico´, ressalta o advogado. (UNIVERSIA, 2005) 

Portanto, no meio acadêmico, o combate do plágio depende muito mais da postura do aluno e da instituição. A responsabilidade institucional pode ocorrer por meio da adoção de políticas de integridade acadêmica, realização de treinamentos e programas de conscientização, uso de tecnologias para detecção de plágio e prescrição de punição aos alunos que violam as políticas institucionais (HUGHES, McCABE, 2006 apud McCORD, 2008). Ao aluno cabe assumir o dever ético de compromisso com a produção autêntica do conhecimento como imperativo categórico do meio acadêmico no qual está inserido. O plágio, quando não é evitado, afeta da mesma forma a reputação individual e institucional.


Extraído de: Plágio.net. Disponível em: http://www.plagio.net.br/index-3-box2.html

AUTORIA E PLÁGIO: Um Guia para Estudantes, Professores, Pesquisadores e Editores

Entende-se por plágio a apropriação e apresentação de conteúdo alheio como se fosse próprio. Essa prática no âmbito acadêmico é um sério problema que interfere na qualidade da produção científica, compromete a credibilidade do processo de autoria e ameaça a reputação de instituições de pesquisa. 

Embora em algumas situações o plágio possa acontecer de modo deliberado (quando há intenção do redator em cometer uma fraude intelectual), supõe-se que em muitos casos o plágio acontece de forma acidental, ou seja, ocorre na redação científica simplesmente por desconhecimento por parte do redator das diretrizes de escrita acadêmica, tais como a correta indicação (citação) e identificação (referência) das fontes utilizadas em trabalhos e relatórios científicos, as quais consistem em regras básicas e eficazes que evitam a ocorrência do plágio. 

Nesse sentido, este livro apresenta-se como um material de apoio didático destinado a estudantes, professores, pesquisadores, editores, autores e instituições de ensino e pesquisa. A finalidade principal da obra é orientar de modo prático como devem ser apresentados conteúdos científicos em projetos de pesquisa, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses, artigos científicos, relatórios, livros e outros trabalhos acadêmicos, de modo que se evite a ocorrência de plágio. 

Este livro pode ser utilizado como recurso didático nas disciplinas destinadas à formação científica, tais como Metodologia Científica, Técnicas de Pesquisa, Redação Acadêmica e atividades afins relacionadas à produção e publicação de trabalhos científicos. 

Trata-se de uma obra de apoio e orientação destinada principalmente ao meio acadêmico cuja finalidade principal é instrumentalizar os sujeitos de pesquisa no que se refere à exatidão na forma de apresentação de trabalhos científicos por meio da escrita. 


AUTORIA E PLÁGIO: Um Guia para Estudantes, Professores, Pesquisadores e Editores 
Editora Atlas

sábado, 21 de abril de 2012

Elaboração do Plano de Negócio: Plano Operacional
Layout
Capacidade produtiva/comercial/serviços 
Processos operacionais 
Necessidade de pessoal 


Por meio do layout ou arranjo físico, você irá definir como será a distribuição dos diversos setores da empresa, de alguns recursos (mercadorias, matérias-primas, produtos acabados, estantes, gôndolas, vitrines, prateleiras, equipamentos, móveis, matéria-prima etc.) e das pessoas no espaço disponível. Um bom arranjo físico traz uma série de benefícios, como:
  • aumento da produtividade;
  • diminuição do desperdício e do retrabalho;
  • maior facilidade na localização dos produtos pelos clientes na área de vendas;
  • melhoria na comunicação entre os setores e as pessoas.
O ideal é contratar um profissional qualificado para ajudá-lo nessa tarefa, se isso não for possível, faça você mesmo um esquema, distribuindo as áreas da empresa, os equipamentos, móveis e as pessoas de forma racional e sensata. 

  • Fique de olho
Verifique se há exigências específicas quanto ao layout, conforme a legislação vigente para este tipo de negócio;
Certifique se é possível adequar o layout da empresa para pessoas portadoras de necessidades especiais.

Capacidade produtiva/comercial/serviços

É importante estimar a capacidade instalada da empresa, isto é, o quanto pode ser produzido ou quantos clientes podem ser atendidos com a estrutura existente. Com isso, é possível diminuir a ociosidade e o desperdício.

  • Fique de olho
Seja realista e considere na projeção do volume de produção, de vendas ou de serviços:
o tipo de produto ou serviço, as suas instalações e maquinário, sua disponibilidade financeira, o fornecimento de matérias-primas e ou mercadorias e o tamanho do mercado.
Leve em conta, também, a sazonalidade, isto é, as oscilações do mercado, em função daquilo que irá produzir ou revender.

Processos operacionais

É o momento de registrar como a empresa irá funcionar. Você deve pensar em como serão feitas as várias atividades, descrevendo, etapa por etapa, como será a fabricação dos produtos, a venda de mercadorias, a prestação dos serviços e, até mesmo, as rotinas administrativas.
Identifique que trabalhos serão realizados, quem serão os responsáveis, assim como os materiais e equipamentos necessários.
Para isso, você mesmo poderá elaborar um roteiro com essas informações. 

Necessidade de pessoal

Faça a projeção do pessoal necessário para o funcionamento do negócio. Esse item inclui o(s) sócio(s), os familiares (se for o caso) e as pessoas a serem contratadas.

  • Fique de olho
Verifique a disponibilidade de mão-de-obra qualificada na região. Se não for essa a situação, procure investir no treinamento de sua equipe;

Lembre-se de consultar os sindicatos de classe a fim de obter informações sobre a legislação específica, acordos coletivos, piso salarial, quadro de horários, etc.

Roteiro para coleta de informações
Defina quais informações você precisa obter para concluir a elaboração do plano operacional.


Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Publicação elaborada pelo Sebrae/MG e atualizada e reeditada pelo Sebrae/NA.  2009. Disponível em: www.sebrae.com.br. 
Elaboração do Plano de Negócio: 
Estrutura de comercialização e Localização do Negócio

A estrutura de comercialização diz respeito aos canais de distribuição, isto é, como seus produtos e/ou serviços chegarão até os seus clientes. A empresa pode adotar uma série de canais para isso, como: vendedores internos e externos, representantes, etc.

Reflita sobre quais serão os meios mais adequados para se alcançar os clientes. Para isso, pense no tamanho dos pedidos, na quantidade de compradores e no comportamento do cliente, isto é, se ele tem por hábito comprar pessoalmente, por telefone ou outro meio.
  • Fique de olho
A comercialização dos produtos e/ou serviços pode ser feita pelos proprietários, por vendedores ou por outras empresas. Independente da forma, o importante é que isso seja feito.
Uma opção é montar uma boa equipe interna de vendas, que conheça bem os produtos da empresa e as vantagens sobre a concorrência.
Outra alternativa é a contratação de representantes comerciais. Isso é viável quando se explora uma região extensa e desconhecida. Ao trabalhar com representantes, tome cuidado com questões trabalhistas e não se esqueça de elaborar um contrato específico.
Consulte um contabilista ou um advogado.
O telefone é um instrumento de vendas muito utilizado atualmente. Pode ser conjugado com a divulgação dos produtos e serviços da empresa.

Localização do negócio

Neste momento, você deve identificar a melhor localização para a instalação de seu negócio e justificar os motivos da escolha desse local. A definição do ponto está diretamente relacionada com o ramo de atividades.
Um bom ponto comercial é aquele que gera um volume razoável de vendas. Por isso, se a localização é fundamental para o sucesso de seu negócio, leve em consideração os seguintes aspectos.
  • Analise o contrato de locação, as condições de pagamento e o prazo do aluguel do imóvel;
  • Verifique as condições de segurança da vizinhança;
  • Observe a facilidade de acesso, o nível de ruído, as condições de higiene e limpeza e a existência de locais para estacionamento;
  • Fique atento para a proximidade dos clientes que compram seus produtos e o fluxo de pessoas na região;
  • Lembre–se de certificar da proximidade de concorrentes;
  • Avalie a proximidade dos fornecedores, pois isso influencia no prazo de entrega e no custo do frete;
  • Visite o ponto pelo menos três vezes, em horários alternados, para verificar o movimento de pessoas e de veículos no local.
  • Fique de olho
A compra de um imóvel para a instalação da empresa é uma opção pouco comum. Agindo assim, você imobiliza a maior parte dos recursos, comprometendo os valores destinados para capital de giro.
Escolha a localização em função do tipo de empreendimento. Você pode querer montar um bar em um espaço que você já tem disponível. Cuidado, pois poderá forçar o negócio em um local inapropriado. Se você já possui o local, encontre o negócio mais adequado para ele.
Caso alugue um imóvel, não feche o contrato de locação sem antes verificar se, no local é permitida a atividade desejada. Essa consulta é feita na Prefeitura de sua cidade. Verifique se há implicações em órgãos como a vigilância sanitária e o corpo de bombeiros.


Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Publicação elaborada pelo Sebrae/MG e atualizada e reeditada pelo Sebrae/NA.  2009. Disponível em: www.sebrae.com.br.  
Elaboração do Plano de Negócio: Plano de Marketing
Descrição dos principais produtos e serviços

Aqui você deve descrever os principais itens que serão fabricados, vendidos ou os serviços que serão prestados. Informe quais as linhas de produtos, especificando detalhes como tamanho, modelo, cor, sabores, embalagem, apresentação, rótulo, marca, etc. Se necessário, fotografe os produtos e coloque as fotos como documentação de apoio ao final do seu plano de negócio.

Para empresas de serviço, informe quais serviços serão prestados, suas características e as garantias oferecidas.
Lembre-se de que a qualidade do produto é aquela que o consumidor enxerga. Quando decidir melhorar um produto ou um serviço, pense sempre sob o ponto de vista do cliente.
  • Fique de olho
Verifique se há regulamentos ou exigências oficiais a serem atendidas (vigilância sanitária, normas técnicas, etc.) para a produção ou acondicionamento dos produtos vendidos por você;

Preço

Preço é o que consumidor está disposto a pagar pelo que você irá oferecer. A determinação do preço deve considerar os custos do produto ou serviço e ainda proporcionar o retorno desejado. Ao avaliar o quanto o consumidor está disposto a pagar, você pode verificar se seu preço será compatível com aquele praticado no mercado pelos concorrentes diretos.
  • Fique de olho
O preço de venda será trabalhado novamente no Plano Financeiro, quando calcularmos o faturamento total da empresa.

Estratégias promocionais

Promoção é toda ação que tem como objetivo apresentar, informar, convencer ou lembrar os clientes de comprar os seus produtos ou serviços e não os dos concorrentes. A seguir, estão relacionadas algumas estratégias que você poderá utilizar:
  • propaganda em rádio, jornais e revistas;
  • internet;
  • amostras grátis;
  • mala direta, folhetos e cartões de visita;
  • catálogos;
  • carro de som e faixas;
  • brindes e sorteios;
  • descontos (de acordo com os volumes comprados);
  • participação em feiras e eventos.
Determine de que maneira você irá divulgar seus produtos, pois todas as formas de divulgação implicam custos. Descreva suas estratégias no quadro Hora de Praticar. Leve em conta o retorno dessa estratégia, seja na imagem do negócio, no aumento do número de clientes ou no acréscimo da receita.
Existem diversos tipos de divulgação. Use a criatividade para encontrar as melhores maneiras de divulgar seus produtos ou, então, observe o que seus concorrentes fazem.
  • Fique de olho
Os catálogos de produtos apresentam a empresa de forma organizada e detalhada. Inclua em seu catálogo fotos, informações técnicas e formas de utilização.
Panfletos e volantes podem ser entregues em locais com grande fluxo de pessoas. Neles, você deve colocar informações básicas sobre os produtos e serviços (nome da empresa, endereço, telefone, etc.).
Uma alternativa interessante é a divulgação em revistas especializadas ou em jornais de bairro. Esses anúncios são mais baratos e atingem diretamente o seu público-alvo.
Feiras são bons locais para apresentar sua empresa a um público selecionado por juntar clientes, especialistas, concorrentes e fornecedores, além de gerar vendas.
Uma marca bem trabalhada contribui para o sucesso do empreendimento. Crie uma marca (nome e logotipo) que seja fácil de pronunciar e memorizar. Consulte o nome e a logomarca junto ao INPI – INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL –, para certificar-se de que poderá fazer uso de ambos. Busque mais informações na página do INPI (www.inpi.gov.br) ou em um ponto de atendimento do SEBRAE.


Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Publicação elaborada pelo Sebrae/MG e atualizada e reeditada pelo Sebrae/NA.  2009. Disponível em: www.sebrae.com.br.  
Elaboração do Plano de Negócio: Estudo dos fornecedores

O mercado fornecedor compreende todas  as pessoas e empresas que irão fornecer as matérias-primas e equipamentos utilizados para a fabricação ou venda de bens e serviços.
Inicie o estudo dos fornecedores levantando quem serão seus fornecedores de equipamentos, ferramentas, móveis, utensílios, matérias primas, embalagens, mercadorias e serviços.
Relações de fornecedores podem ser encontradas em catálogos telefônicos e de feiras, sindicatos e no próprio SEBRAE. Outra fonte rica de informações é a Internet.
Mantenha um cadastro atualizado desses fornecedores.
Pesquise, pessoalmente ou por telefone, questões como: preço, qualidade, condições de pagamento e o prazo médio de entrega. Essas informações serão úteis para determinar o investimento inicial e as despesas do negócio.
  • Fique de olho
Analise pelo menos três empresas para cada artigo necessário;
Mesmo escolhendo um entre vários fornecedores, é importante manter contato com todos, ou pelo menos com os principais, pois não é possível prever quando um fornecedor enfrentará dificuldades;
Ao adquirir matérias-primas, insumos ou mercadorias faça um estudo de verificação da capacidade técnica dos fornecedores. Todo fornecedor deve ser capaz de suprir o material ou as mercadorias desejadas, na qualidade exigida, dentro do prazo estipulado e com o preço combinado;
A tomada e a comparação de preços facilitam a coleta de informações sobre aquilo que se 
deseja adquirir, aumentando as chances de se tomar decisões mais acertadas;
Verifique se é exigida quantidade mínima de compra e lembre-se de evitar intermediários, sempre que possível.
  • Roteiro para coleta de informações
Planeje como irá buscar informações sobre o mercado consumidor, concorrente e fornecedor.
Crie uma agenda de trabalho. Conhecer o mercado é uma das tarefas mais importantes para a elaboração do plano de negócio. 


Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Publicação elaborada pelo Sebrae/MG e atualizada e reeditada pelo Sebrae/NA.  2009. Disponível em: www.sebrae.com.br.  
Elaboração do Plano de Negócio: Estudo dos concorrentes

Você pode aprender lições importantes observando a atuação da concorrência. Procure identificar quem são seus principais concorrentes. A partir daí, visite-os e examine suas boas práticas e deficiências.

Lembre-se de que concorrentes são aquelas empresas que atuam no mesmo ramo de atividade que você e que buscam satisfazer as necessidades dos seus clientes.

Enumere os pontos fortes e fracos em relação a:
  • qualidade dos materiais empregados – cores, tamanhos, embalagem, variedade, etc.;
  • preço cobrado;
  • localização;
  • condições de pagamento – prazos concedidos, descontos praticados, etc.;
  • atendimento prestado;
  • serviços disponibilizados – horário de funcionamento, entrega em domicílio, tele-atendimento, etc.;
  • garantias oferecidas.
Após fazer essas comparações, tire algumas conclusões.
  • Sua empresa poderá competir com as outras que já estão há mais tempo no ramo?
  • O que fará com que as pessoas deixem de ir aos concorrentes para comprar de sua empresa?
  • Há espaço para todos, incluindo você?
  • Se a resposta for sim, explique os motivos disso. Caso contrário, que mudanças devem ser feitas para você concorrer em pé de igualdade com essas empresas?

  • Fique de olho
Lembre-se: a concorrência também deve ser vista como uma situação favorável. Bons concorrentes servem como parâmetro de comparação e de parceria, além de ser uma fonte de estímulo à melhoria.


Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Publicação elaborada pelo Sebrae/MG e atualizada e reeditada pelo Sebrae/NA.  2009. Disponível em: www.sebrae.com.br.  
Elaboração do Plano de Negócio: Análise de Mercado
Estudo dos clientes

Esta é uma das etapas mais importantes da elaboração do seu plano. Afinal, sem clientes não há negócios. Os clientes não compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam. Você pode identificar essas soluções se conhecê-los melhor. Para isso, responda às perguntas e siga os passos a seguir:

1º passo: identificando as características gerais dos clientes.
  • Se pessoas físicas
  • Qual a faixa etária?
  • Na maioria são homens ou mulheres?
  • Têm família grande ou pequena?
  • Qual é o seu trabalho?
  • Quanto ganham?
  • Qual é a sua escolaridade?
  • Onde moram?
  • Se pessoas jurídicas (outras empresas)
  • Em que ramo atuam?
  • Que tipo de produtos ou serviços oferecem?
  • Quantos empregados possuem?
  • Há quanto tempo estão no mercado?
  • Possuem filial? Onde?
  • Qual a sua capacidade de pagamento?
  • Têm uma boa imagem no mercado?
2º passo: identificando os interesses e comportamentos dos clientes.
  • Que quantidade e com qual freqüência compram esse tipo de produto ou serviço?
  • Onde costumam comprar?
  • Que preço pagam atualmente por esse produto ou serviço similar?
3º passo: identificando o que leva essas pessoas a comprar.
  • O preço?
  • A qualidade dos produtos e/ou serviços?
  • A marca?
  • O prazo de entrega?
  • O prazo de pagamento?
  • O atendimento da empresa?
4º passo: identificando onde estão os seus clientes.
  • Qual o tamanho do mercado em que você irá atuar?
  • É apenas sua rua?
  • O seu bairro?
  • Sua cidade?
  • Todo o Estado?
  • O País todo ou outros países?
  • Seus clientes encontrarão sua empresa com facilidade?
Após responder essas perguntas, será possível entender melhor seus clientes. 

  • Fique de olho
Uma dica é escolher apenas uma parte do mercado para atender. Encontre um grupo de pessoas ou empresas com características e necessidades parecidas e trate-os de maneira especial. Um exemplo dessa estratégia é uma loja de roupas que se especializa em atender crianças ou uma confeitaria que fabrica sobremesas dietéticas.

Uma empresa é viável quando tem clientes em quantidade e com poder de compra suficiente para realizar vendas que cubram as despesas, gerando lucro.

Você pode utilizar diversas técnicas para pesquisar seus consumidores. Essas técnicas vão desde a aplicação de questionários, entrevistas e conversas informais com clientes potenciais, à observação dos concorrentes.


Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Publicação elaborada pelo Sebrae/MG e atualizada e reeditada pelo Sebrae/NA.  2009. Disponível em: www.sebrae.com.br.  
Elaboração do Plano de Negócio: Enquadramento tributário,  Capital Social e Fonte de recursos

Basicamente, a pequena empresa pode adotar três formas diferentes para o cálculo e o recolhimento dos impostos junto ao Governo Federal: o EMPREENDEDOR INDIVIDUAL, o REGIME NORMAL ou o SIMPLES NACIONAL.

O Empreendedor Individual é o empresário individual com receita bruta ano de até R$36.000,00, que tenha um empregado que ganhe salário mínimo ou o salário mínimo da respectiva categoria profissional e não possua mais de um estabelecimento nem participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador. Nessa modalidade, o recolhimento dos impostos e contribuições é feito em valores fixos mensais.

O SIMPLES é destinado às empresas que – com possibilidade de enquadramento – se beneficiarão da redução e simplificação de tributos, além do recolhimento de um imposto único. O enquadramento no SIMPLES está sujeito à aprovação da Receita Federal e leva em consideração a atividade e a estimativa de faturamento. Já no Regime Normal as empresas recolhem os impostos da forma convencional, cumprindo todos os requisitos previstos em lei para cada imposto.

Além dos tributos federais, no Regime Normal podem ser devidos impostos e contribuições para o Governo Estadual (ICMS) e Municipal (ISS).

  • Fique de olho
Busque informações junto a um contabilista sobre os tributos devidos, suas alíquotas e possíveis benefícios fiscais.

Capital Social

O capital social é representado por todos os recursos (dinheiro, equipamentos, ferramentas, etc.) colocado(s) pelo(s) proprietário(s) para a montagem do negócio. Mais adiante, ao elaborar o plano financeiro do seu empreendimento, você saberá o total do capital a ser aplicado.

Caso você escolha ter uma sociedade, será preciso determinar o valor do capital que cada sócio irá investir e o seu percentual.

Fonte de recursos

Aqui você irá determinar de que maneira serão obtidos os recursos para a implantação da empresa. Para o início das atividades, você pode contar com recursos próprios, de terceiros
ou com ambos.
Recursos próprios envolvem a aplicação por parte do(s) proprietário(s) do capital necessário para a abertura da empresa, já a utilização de recursos de terceiros compreende a busca de investidores ou de empréstimos junto a instituições financeiras.


Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Publicação elaborada pelo Sebrae/MG e atualizada e reeditada pelo Sebrae/NA.  2009. Disponível em: www.sebrae.com.br.