O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original. No ato de plágio, o plagiador apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma.
Etimologia
A origem etimológica da palavra demonstra a conotação de má intenção no ato de plagiar; o termo tem origem do latim plagiu que significa oblíquo, indireto, astucioso. O plágio é considerado antiético (ou mesmo imoral) em várias culturas, e é qualificado como crime de violação de direito autoral em vários países.
Plágio não é a mesma coisa que paródia. Na paródia, há uma intenção clara de homenagem, crítica ou de sátira, não existe a intenção de enganar o leitor ou o espectador quanto à identidade do autor da obra.
Para evitar acusação de plágio quando se utilizar parte de uma obra intelectual na criação de uma nova obra, recomenda-se colocar sempre créditos completos para o autor, seguindo as normas da ABNT, especialmente no caso de trabalhos acadêmicos onde normalmente se utiliza a citação bibliográfica.
No Brasil
No Brasil o plágio é considerado crime e sua principal referência é a lei 9.610. Todavia, a lei 9.610 é voltada para a proteção de obras comerciais. Segundo essa lei seria possível copiar "pequenos trechos", o que é inadmissível em um trabalho acadêmico. Para fins de trabalho acadêmico é mais adequado seguir-se as normas da ABNT, que não admitem exceções para textos copiados.
Viena, 1931: carta a um plagiario
O que pode fazer o autor quando é vítima de plágio? Erwin Theodor Rosenthal, eminente germanista, ensaísta e tradutor, que, em 2005, foi vítima de um notório caso de plágio da sua tradução de A Origem da Tragédia (publicada em 1948), relata um outro caso, ocorrido em 1931, em Viena, quando o escritor austríaco Egon Friedell (1878 - 1938) escreveu ao seu plagiador, um certo Anton Kuh, uma memorável carta aberta, com o seguinte teor:
Prezado Senhor,
Foi surpresa verificar que resolveu publicar a minha humilde estória, "O imperador José e a Prostituta", tal como a escrevi, com o acréscimo das três palavras: "Por Anton Kuh" , na publicação Querschnitt. Honra-me sem dúvida o fato de sua escolha ter recaído na minha estorinha, quando toda a literatura mundial desde Homero se encontrava à sua disposição. Teria gostado de retribuir na mesma moeda, mas depois de examinar toda a sua obra, não encontrei nada que tivesse vontade de subscrever. (ass) Egon Friedell.
Casos notáveis de plágio
Literatura científica
A editora brasileira Editora Martin Claret vem sofrendo diversas acusações de plágio provenientes de diversas traduções. Em 2000, ela respondeu a uma intimação judicial da Companhia das Letras, reconhecendo posteriormente ter usado uma parte das traduções de Modesto Carone para três novelas de Franz Kafka (1883-1924): "A Metamorfose", "Um Artista da Fome" e "Carta ao Pai".
Já em 2007, por sua vez, a obra A República, de Platão, tinha a tradução assinada por Pietro Nassetti, mas na verdade o texto é uma adaptação com pequenas mudanças da tradução de Maria Helena da Rocha Pereira, uma das maiores especialistas portuguesas em Grécia Antiga. O editor Martin Claret, dono da Editora Martin Claret, admitiu que sua edição de A República, é plágio da edição da Fundação Calouste Gulbenkian. Há ainda a suspeita de que alguns outros livros da editora usem traduções plagiadas. O caso é parecido com o plágio das traduções publicadas pela Editora Nova Cultural.
O atual Presidente da Rússia Vladimir Putin é acusado de ter copiado quase literal a maioria do texto da sua dissertação do livro "Strategic Planning and Policy“ (de William R. King e David I. Cleland, professores da Universidade de Pittsburgh, publicado em 1978).
Stephen E. Ambrose, escritor estadunidense e biógrafo dos presidentes dos Estados Unidos Dwight D. Eisenhower e Richard Nixon, copiou em muitas das suas obras passagens completas de outros autores.
A tese da política alemã Silvana Koch-Mehrin, defendida em 2001 com o título 'Historical Currency Unions between Economy and Politics', foi analizada usando o esforço crowdsourcing, sendo ela acusada de plágio. Como consequência, em 11 de maio de 2011 ela renunciou ao cargo de presidente do FDP no Parlamento Europeu e de vice-presidente do Parlamento Europeu, alegando querer encerrar a crise que o inquérito trouxe à sua família. Ela permanece membro do Parlamento Europeu, e continuou a usar o título de doutor. Em 15 de junho de 2011 a Universidade de Heidelberg rescindiu oficialmente seu título de doutorado, devido a plágio descarado.
O político alemão Karl-Theodor zu Guttenberg, na época ministro da Defesa da Alemanha, foi acusado em fevereiro de 2011 de plágio e ficou sem o seu título de doutor em direito. Ele havia obtido o título em 2007. A Universidade de Bayreuth retirou de Karl-Theodor zu Guttenberg o título do doutorado em 22 de fevereiro de 2011. Isto valeu a ele pelo menos duas queixas na justiça, e o apelido de "Barão copia-cola" e "Barão von Googleberg". Em 1 março de 2011 Karl-Theodor zu Guttenberg anunciou sua renúncia como ministro da Defesa de Alemanha e da renúncia do mandato parlamentar.
O político e (ex-) presidente da Hungria Pál Schmitt teve o seu título de doutorado retirado em março de 2012 pelo Conselho de Doutores da Universidade de Medicina "Semmelweis". Em 2 de abril de 2012 anunciou que irá renunciar ao cargo.
Filmes
Em 1999, Sérgio Rezende, roteirista e diretor do filme Mauá - O Imperador e o Rei entrou numa disputa judicial com Jorge Caldeira, autor do livro Mauá: empresário do Imperio, que acusou Sérgio Rezende de plágio por usar dialógos inteiros de seu livro no filme. Em 2006, os juízes da 15ª Vara de São Paulo decidiram que não houve plágio.
Música
Em 3 de dezembro de 2008, a música Still Got the Blues do álbum homônimo de Gary Moore (lançado em 1990) foi declarado plágio de uma canção desconhecida (ao menos fora da Alemanha) publicada em 1974 chamada "Nordrach", da banda alemã Jud's Gallery pelo Tribunal Regional de Justiça (Landgericht) de Munique. Gary negou conhecer a música, alegando que esta era indisponível em gravações ou CD na época em que ele gravou o álbum. A corte reconheceu que não havia evidência de que o solo de guitarra havia sido copiado de "Nordrach", mas uma violação de copyright independe da qualificação do furto.
Fonte: extraído do sítio: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1gio
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