ENSINO E
APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DA PLURALIDADE CULTURAL
A Pluralidade Cultural
Entendemos que o tema Pluralidade Cultural pede uma
revisão e também uma transformação de práticas muito conservadoras e
tradicionais , que estão aí há muito tempo, que não se pode mais aceitar, até
porque são inconstitucionais. O que precisa é uma ampliação do que se conhece
sobre as pessoas do Brasil, as histórias, o que essas pessoas fazem pelo país, pesquisar
o que são valores e conhecer as vidas. Precisa acabar o sofrimento, com o constrangimento e tentar acabar com a exclusão
social da criança e do adolescente. O tema também fala de misturar escola,
comunidade local e sociedade: porque quando se responde as perguntas do
dia-a-dia misturando às situações mais complexas o entendimento é mais fácil.
Alunos
Este tema da Pluralidade Cultural faz com que cada um deles possa conhecer suas
origens como brasileiro e como participante de grupos culturais específicos. O aluno
pode entender a si mesmo, verificar que tem valor, porque vê as diversas
culturas presentes no Brasil. Pode se reconhecer. E passa a ter auto-estima
como ser. E coopera para se defender de preconceitos e pré-conceitos. É na
escola que conhece e vive e percebe injustiças e manifestações de preconceito e
discriminação dele mesmo ou de outros e que vai aprender a rejeitar.
Conteúdo
Há
a explicação dos direitos da criança e do adolescente, por exemplo: o respeito
e a valorização das origens culturais, sem qualquer discriminação. Exige
1) do
professor: atitude completamente em acordo com uma postura ética e por
isso vai valorizar a dignidade, a
justiça, a igualdade e a liberdade.
2)
de todos os cidadãos: o entendimento que a cidadania quer dizer: direitos e responsabilidades para todos. Ou seja,
para cada um e para com os outros, tanto no que diz respeito aos direitos e
deveres individuais como no que diz respeito aos direitos e deveres coletivos. E
podemos ver ali conteúdos
importantes sobre o conhecimento do Brasil, a riqueza cultural e as
contradições sociais aqui encontrados.
O que é a pluralidade cultural, afinal de contas? Diferentes comunidades
de diferentes raças formam várias formas
de organização onde há diferentes grupos sociais.
A pluralidade fortalece a democracia porque é um fortalecimento das culturas
e também porque há uma grande mistura das várias formas de organização social dos
diferentes grupos.
Se a escola trabalha com temas sociais e se compromete com a cidadania,
vai obrigatoriamente analisar as relações que tem com o mundo real, vai verificar
o que pratica, questionar as informações e os valores que veicula.
É assim que o tema Pluralidade Cultural pode e passará a contribuir
para a vinculação efetiva da escola a uma sociedade democrática.
A dúvida viver ou ensinar a Pluralidade Cultural
pode até parecer óbvia. Mas... será que se pode ensinar sem termos tido a
experiência do viver?
É a educação que ajuda a mudar atitudes, tenta banir a discriminação
manifestada em gestos, comportamentos e palavras, que afasta e estigmatiza
grupos sociais. A escola também é separadora quando só as meninas fazem balé, e
os meninos judô, um exemplo simples, mas contundente. É o comportamento do
sistema, não só comportamental e individual, mas de relações sociais. E as
relações sociais têm história e permanência.
A escola teria que ser um espaço em que se criariam outras formas de
relação social e interpessoal. Isto a partir da interação entre o trabalho educativo escolar e
as questões sociais. A instituição e os professores, interagindo com alunos,
funcionários e pais, têm que se posicionar de forma crítica e responsável construindo relações de confiança. Assim a criança
vai perceber e viver o mundo, as pessoas, a si mesma, vai se ver como ser em
formação. Vai descobrir as características culturais que partilha com seu grupo
de origem como suas circunstâncias de vida, que não o impedirão absolutamente de
desenvolver suas potencialidades pessoais.
Como a instituição pode trabalhar a pluralidade
cultural?
► Através dos fatos da comunidade ou comunidades que
envolvem as escolas, notícias de jornal, rádio e TV, as festas das
localidades, intercâmbio entre escolas
a) de diferentes regiões do Brasil, b) de diferentes municípios de um mesmo Estado.
►respeitar as limitações éticas. É preciso praticar
o intercâmbio escolar, consultar órgãos comunitários e de imprensa. Assim há
uma co-responsabilização social cujo rumo é o diálogo para o bem da formação de
crianças e adolescentes.
► abrir espaço de manifestação para a criança e o
adolescente. Expressar-se. Sempre e o tempo todo. Argumentar, perguntar, pedir,
responder. Ter voz e saber o que significa a expressão ter voz. Esta experiência
só o indivíduo pode ter, ninguém pode ter no seu lugar. E isso é muito bom para
o trabalho de Língua Portuguesa. Porque exercita o diálogo, há troca de
informações sobre vivências culturais.
O espaço escola é PLURICULTURAL. Tem gente de vários grupos sociais, de
várias etnias, todos diferentes. Todos tendo que se aceitar, porque devem
sentar-se lado a lado, e receber as mesmas informações, seja de onde for, de
que cor for, de que religião for. Diversidade e multiplicidade. Interação entre
diferentes, e no entanto todos iguais, onde cada um e todos apreendem e cada um
e todos aprendem e ensinam.
Preconceito ou pré-conceitos?
O professor tem que ter informação, discernimento diante de situações
indesejáveis. Precisa ser sensível ao sentimento do outro e precisa QUERER colaborar na superação do preconceito e da
discriminação. Professor não pode se omitir nem acusar tem que ter competência
para driblar a situação. Tem que saber tratar com firmeza, esclarecer o que é o
respeito mútuo, como se pratica a solidariedade, buscar alguma atividade para exemplificar
o que está falando, fazendo alguma coisa junto com seus alunos.
Pode-se, por exemplo, buscar a informação do que os alunos acreditam que
é preconceito, discriminação, de forma lúdica: ensinar cantos, lendas, danças; ouvir o que os alunos
trazem consigo porque eles ensinarão uns
aos outros o que é característico do grupo humano do qual participa. E assim
pode nascer o respeito recíproco, porque haverá um conhecimento recíproco. Mais
do que verbal.
O conhecimento humano é que deve
ser o constante objeto de estudo e aprendizagem, onde todos sempre têm a
aprender.
Porque é desta forma que se vai invadir o mundo das sombras que é o mundo da discriminação: trazendo a luz da
aprendizagem e do crescimento escolar como um todo para iluminar o preconceito,
a discriminação étnica, cultural e religiosa.
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