O método do estudo eficiente se reduz
nos seguintes pontos fundamentais:
- Finalidade – desenvolver hábitos de estudo
eficiente que não se restrinjam apenas a determinado setor de atividade ou
matéria específica, mas hábitos que sejam válidos, pelo processo de
transferência de aprendizagem, para as demais situações e sejam eficientes
para o transcurso da vida.
- Abrangência – servir de instrumento a todos que
tenham as mesmas necessidades e interesses, em qualquer fase de
desenvolvimento e escolaridade, podendo aperfeiçoar-se à medida que o
indivíduo progride, através de seus próprios recursos.
- Processamento – ser GLOBAL – PARCIAL – GLOBAL,
seguindo assim o princípio geral que rege a própria natureza: o
desenvolvimento “difuso-analítico-sintético”.
Como o processamento é a razão de ser
do método, teremos condições de estabelecer que as técnicas do estudo eficiente
derivam dessas três fases, conforme se pode perceber no quadro abaixo. Leia-o
refletidamente e imagine-o colocado como uma resposta ao seu problema de
estudante interessado em maior rendimento no estudo.
FASES
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ATITUDE
E COMPORTAMENTO
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TÉCNICAS
BÁSICAS DO ESTUDO PELA LEITURA
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1.GLOBAL
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Curiosidade
Interesses
Propósito definido
“olho clínico”
Atenção
Não passividade
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1. Perguntar-se antes do
estudo-leitura:
- qual é o assunto?
- o que eu sei sobre isso?
- que acho que vai tratar-se aqui?
2. Pausa para responder mentalmente
a essas perguntas.
3. Leitura rápida sobre o livro
(quando é o primeiro contato com ele):
– tentar obter o plano da obra.
- informações sobre o autor e seu
trabalho
- tentar descobrir seu método
expositivo
4. Leitura rápida sobre o capítulo,
a lição:
- tentar apenas se informar do que
se trata
- tentar esboçar o plano do capítulo
ou do texto
- estabelecer rapidamente relação
com temas anteriores
Esta primeira leitura é sem anotações – “veloz”, sem análises – levada
a cabo, mesmo sem entender tudo.
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2. PARCIAL
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Concentração
Análise
Crítica
Síntese
Sistematização
Ordenação lógica
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5. Nova leitura: demorada, refletida
– assinalar as partes importantes
– obtenção da idéia principal
– obtenção dos detalhes importantes
- assinalar à lápis no livro
- relacionar as partes
- criticar (se for o caso) pontos de
vista do autor
- confrontá-los com os próprios
- levantar dúvidas
- procurar respostas
6. Anotações (de preferência em
fichas)
- breves transcrições
- esquemas
- resumos próprios
- conclusões tiradas
- análises e críticas pessoais (se
for o caso)
- documentar-se não apenas para o presente, o imediato. A anotação
deve servir para o futuro. Daí ser concisa, sem ser obscura.
7. Relacionar o assunto com o
anterior e o seguinte.
Consultar
outras fontes. Não
escravizar-se ao livro de textos.
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3. GLOBAL
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Concentração
Persistência
Adaptação às situações reais, fora
do contexto lido
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8. Revisão e assimilação
- rever toda a anotação feita
- confrontar com o texto
- repetir para si o aprendido,
imaginando que o está comunicando a alguém
- treinar-se para que tal
“comunicação” tenha clareza e seqüência lógica
- testar a memória para assegurar-se
de que não esqueceu algo importante. Não
decorar, mas assimilar.
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O estudante que adquirir o hábito de
estudar com tal método pode estar tranqüilo que obterá grandes vantagens.
Conseguirá maior produção ideativa e
racional. Sua memória intelectual aumentará sensivelmente. Obterá maior
capacidade de análise e de síntese. Terá mais facilidade na comunicação.
Sobretudo, se completar o próprio método com a prática da “discussão” de
assuntos em equipe ou em grupo de estudo. A experiência ensina que o estudo em grupo só
tem eficácia se todos os elementos já vão para o estudo coletivo com o
conhecimento da matéria. O estudo coletivo servirá para resolver dúvidas,
estabelecer confronto dos próprios pontos de vista com os dos colegas. Ajuda a
desenvolver, sobretudo, a capacidade de comunicação. A ilusão de muitos
estudantes é estabelecer o estudo em grupo como uma das modalidades de estudar
pela primeira vez um assunto. Geralmente o resultado é negativo e constitui
perda inestimável de tempo.
O método acima apontado apresenta
ainda uma grande utilidade armazenagem de conhecimentos e documentação para a
vida.
O estudante que intenciona
desenvolver-se e mais tarde transformar-se em autêntico trabalhador
intelectual, a par da atividade de “estudar para fazer o curso”, tem de
interessar-se curiosamente por outras fontes de informação que não o livro
texto, habituar-se a ler os autores e suas teorias e, sobretudo, procurar com
vontade e persistência respostas aos problemas que ele mesmo levanta. Tem de
habituar-se a questionar por iniciativa própria, para tirar as suas conclusões.
Sabemos que dentro da estrutura do
nosso ensino superior, é praticamente impossível atingir, em todos os setores,
o objetivo da “escola laboratório”, onde o aluno pratica, experimenta,
investiga. A maior parte de sua formação intelectual se faz através de livros.
Mas que não seja exclusivamente através de livros de textos, de manuais
adotados. Mesmo sem possibilidade de praticar, experimentar e investigar deverá
desenvolver o hábito de estudar fora dos compêndios, indo direto às fontes,
consultando as obras importantes daquela especialização e os artigos
científicos dos periódicos.
SALOMON,
Délcio Vieira. O Método do Estudo Eficiente. In: _________. Como fazer uma monografia: elementos de
metodologia do trabalho científico. 5.ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1977.
Cap 1.p.32-36.
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