sexta-feira, 11 de maio de 2012

Método do estudo eficiente


O método do estudo eficiente se reduz nos seguintes pontos fundamentais:

  1. Finalidade – desenvolver hábitos de estudo eficiente que não se restrinjam apenas a determinado setor de atividade ou matéria específica, mas hábitos que sejam válidos, pelo processo de transferência de aprendizagem, para as demais situações e sejam eficientes para o transcurso da vida.
  2. Abrangência – servir de instrumento a todos que tenham as mesmas necessidades e interesses, em qualquer fase de desenvolvimento e escolaridade, podendo aperfeiçoar-se à medida que o indivíduo progride, através de seus próprios recursos.
  3. Processamento – ser GLOBAL – PARCIAL – GLOBAL, seguindo assim o princípio geral que rege a própria natureza: o desenvolvimento “difuso-analítico-sintético”.

Como o processamento é a razão de ser do método, teremos condições de estabelecer que as técnicas do estudo eficiente derivam dessas três fases, conforme se pode perceber no quadro abaixo. Leia-o refletidamente e imagine-o colocado como uma resposta ao seu problema de estudante interessado em maior rendimento no estudo.

FASES
ATITUDE E COMPORTAMENTO
TÉCNICAS BÁSICAS DO ESTUDO PELA LEITURA
1.GLOBAL
Curiosidade

Interesses



Propósito definido



“olho clínico”
Atenção

Não passividade


1. Perguntar-se antes do estudo-leitura:
- qual é o assunto?
- o que eu sei sobre isso?
- que acho que vai tratar-se aqui?
2. Pausa para responder mentalmente a essas perguntas.
3. Leitura rápida sobre o livro (quando é o primeiro contato com ele):
– tentar obter o plano da obra.
- informações sobre o autor e seu trabalho
- tentar descobrir seu método expositivo
4. Leitura rápida sobre o capítulo, a lição:
- tentar apenas se informar do que se trata
- tentar esboçar o plano do capítulo ou do texto
- estabelecer rapidamente relação com temas anteriores
Esta primeira leitura é sem anotações – “veloz”, sem análises – levada a cabo, mesmo sem entender tudo.
2. PARCIAL
Concentração

Análise
Crítica







Síntese

Sistematização



Ordenação lógica
5.    Nova leitura: demorada, refletida
– assinalar as partes importantes
– obtenção da idéia principal
– obtenção dos detalhes importantes
- assinalar à lápis no livro
- relacionar as partes
- criticar (se for o caso) pontos de vista do autor
- confrontá-los com os próprios
- levantar dúvidas
- procurar respostas
6. Anotações (de preferência em fichas)
- breves transcrições
- esquemas
- resumos próprios
- conclusões tiradas
- análises e críticas pessoais (se for o caso)
- documentar-se não apenas para o presente, o imediato. A anotação deve servir para o futuro. Daí ser concisa, sem ser obscura.
7. Relacionar o assunto com o anterior e o seguinte.
Consultar outras fontes. Não escravizar-se ao livro de textos.
3. GLOBAL
Concentração


Persistência

Adaptação às situações reais, fora do contexto lido
8. Revisão e assimilação
- rever toda a anotação feita
- confrontar com o texto
- repetir para si o aprendido, imaginando que o está comunicando a alguém
- treinar-se para que tal “comunicação” tenha clareza e seqüência lógica
- testar a memória para assegurar-se de que não esqueceu algo importante. Não decorar, mas  assimilar.

O estudante que adquirir o hábito de estudar com tal método pode estar tranqüilo que obterá grandes vantagens.
Conseguirá maior produção ideativa e racional. Sua memória intelectual aumentará sensivelmente. Obterá maior capacidade de análise e de síntese. Terá mais facilidade na comunicação. Sobretudo, se completar o próprio método com a prática da “discussão” de assuntos em equipe ou em grupo de estudo.  A experiência ensina que o estudo em grupo só tem eficácia se todos os elementos já vão para o estudo coletivo com o conhecimento da matéria. O estudo coletivo servirá para resolver dúvidas, estabelecer confronto dos próprios pontos de vista com os dos colegas. Ajuda a desenvolver, sobretudo, a capacidade de comunicação. A ilusão de muitos estudantes é estabelecer o estudo em grupo como uma das modalidades de estudar pela primeira vez um assunto. Geralmente o resultado é negativo e constitui perda inestimável de tempo.
O método acima apontado apresenta ainda uma grande utilidade armazenagem de conhecimentos e documentação para a vida.
O estudante que intenciona desenvolver-se e mais tarde transformar-se em autêntico trabalhador intelectual, a par da atividade de “estudar para fazer o curso”, tem de interessar-se curiosamente por outras fontes de informação que não o livro texto, habituar-se a ler os autores e suas teorias e, sobretudo, procurar com vontade e persistência respostas aos problemas que ele mesmo levanta. Tem de habituar-se a questionar por iniciativa própria, para tirar as suas conclusões.
Sabemos que dentro da estrutura do nosso ensino superior, é praticamente impossível atingir, em todos os setores, o objetivo da “escola laboratório”, onde o aluno pratica, experimenta, investiga. A maior parte de sua formação intelectual se faz através de livros. Mas que não seja exclusivamente através de livros de textos, de manuais adotados. Mesmo sem possibilidade de praticar, experimentar e investigar deverá desenvolver o hábito de estudar fora dos compêndios, indo direto às fontes, consultando as obras importantes daquela especialização e os artigos científicos dos periódicos.



SALOMON, Délcio Vieira. O Método do Estudo Eficiente. In: _________. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia do trabalho científico. 5.ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1977. Cap 1.p.32-36.

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