sexta-feira, 11 de maio de 2012

Paper: um instrumento pedagógico para prática acadêmica

Paper

Apresenta o paper como instrumento pedagógico para a prática acadêmica. Esta discussão é provocada, no sentido de haver certo desconhecimento por parte de acadêmicos para tal instrumento. Tem como objetivo basilar, contribuir para o processo ensino-aprendizagem, apresentando pistas metodológicas para produção de documentos com a característica de paper. Utiliza como metodologia a pesquisa bibliográfica e eletrônica. Tem como público alvo os usuários acadêmicos. Apresenta o pensamento de estudiosos. Define estratégias de trabalho para trabalhar com o paper na academia. Conclui apresentando uma solução viável para a produção de um documento com as características de paper.

Utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica (textos científicos e as normas da ABNT, especialmente a norma de Resumo – NBR 6028, Artigo em publicação periódica científica impressa – NBR 6022, Referências – 6023, Citações em documentos – 10520 e Numeração progressiva das seções de um documento escrito – NBR 6024) e pesquisa eletrônica.

A frente será mostrada uma série de opiniões a respeito da concepção e aplicação do Paper no meio acadêmico, assim como orientá-lo, metodologicamente, na produção de um paper.

REVISÃO DE LITERATURA

Para Medeiros (2008), entende-se por paper uma síntese de pensamentos aplicados a um tema específico. Esta síntese deverá ser original e reconhecer a fonte do material utilizado. Em português, a palavra corresponde a ensaio, mas este nome não encontrou acolhida entre os pesquisadores.

Christiano Netto (s.d) retrata que paper é um pequeno artigo científico elaborado sobre determinado tema ou resultados de um projeto de pesquisa para comunicações em congressos e reuniões científicas, sujeitos à sua aceitação por julgamento.

Para Andrade (1995, p. 68 apud MEDEIROS, 2008, p. 213), “paper é texto escrito para uma comunicação oral. Pode apresentar o resumo ou o conteúdo integral da comunicação e tem por objetivo sua publicação nas atas ou anais do evento em que foi apresentado”.

Para Roth (1994, p. 02 apud MEDEIROS, 2008, p. 213), paper é um documento que se baseia em pesquisa bibliográfica e em descobertas pessoais.
Caso o autor apenas tenha compilado informações sem fazer avaliações ou interpretações sobre elas, o produto de seu trabalho será um relatório.

Para Medeiros (2008, p. 213), “o paper difere de um relatório, sobretudo porque se espera de quem o escreve uma avaliação ou interpretação de fatos ou das informações que forem recolhidas’.
O paper é para Roth (1994, p. 03 apud MEDEIROS, 2008, p. 213): 
a) uma síntese de suas descobertas sobre um tema e seu julgamento, avaliação, interpretação sobre essas descobertas; 
b) um trabalho que deve apresentar originalidade quanto às idéias; 
c) um trabalho que deve reconhecer as fontes que foram utilizadas; 
d) um trabalho que mostra que o pesquisador é parte da
comunidade acadêmica.

O paper não é para Roth (1994, p. 04 apud MEDEIROS, 2008, p. 213): 
a) um resumo de um artigo ou livro (ou outra fonte); 
b) idéias de outras pessoas, repetidas não criticamente; 
c) uma série de citações, não importa se habilmente postas juntas; 
d) opinião pessoal não evidenciada, não demonstrada; 
e) cópia do trabalho de outra pessoa sem reconhecê-la, quer o trabalho seja ou não publicado, profissional ou amador: isto é plágio.

Medeiros (2008, p. 214) acredita que “depois de informar que o tamanho do
paper depende da complexidade do tema e da motivação do pesquisador para o trabalho e do tempo de que dispõe”. Roth (1994, p. 06 apud MEDEIROS, 2008, p. 214) ensina cinco passos para a realização de um paper: escolher um assunto, reunir informações, avaliar o material, organizar as idéias, escrever o paper.

Medeiros (2008, p. 214) cita que, para redigir um paper, escolha um assunto, estabeleça limites precisos para ele (dessa forma, você estará determinando o tema), eleja uma perspectiva sob a qual você tratará o tema (sociológico, psicológico, químico, físico, matemático, filosófico, histórico, geográfico). Em seguida, apresente o problema que estará resolvendo e construa uma hipótese de trabalho (antecipação de uma resposta para o problema). Diga o objetivo de seu paper e desenvolva suas idéias apoiando-se em fontes dignas de crédito. Após defender seu ponto de vista, demonstrá-lo e apresentar provas, conclua o paper. Uma bibliografia deve acompanhar o trabalho.

Estrutura do paper

Assim quanto à estrutura, basta seguir a mesma da comunicação científica,
seguindo os seguintes passos:
1) Pré-textual: 
a) Capa que engloba o nome do evento ou outro tipo da reunião; 
b) título do trabalho; 
c) nome do autor; 
d) credenciais do autor e patrocinador (se houver); 
e) resumo (incluindo palavras-chave); 
f) local e data.

2) Os textuais abrangem: introdução, desenvolvimento (incluindo reflexão/análise sobre a abordagem em questão) e considerações finais.
Para Medeiros (2008, p. 204), a estrutura da comunicação engloba:
introdução, na qual é composta por: formulação do tema, justificativa, objetivos, metodologia, delimitação do problema, abordagem e exposição exata da ideia central. O desenvolvimento inclui exposição detalhada do que se disse na introdução e fundamentação lógica das idéias apresentadas. A conclusão busca a síntese dos resultados da pesquisa.

3) Os pós-textuais: Resumo em Língua estrangeira (opcional) e Referências.
Quanto ao estilo, o paper deve ser escrito na voz ativa e na terceira pessoa do singular.
Quanto à formatação deve conter:
a) Papel A4;
b) Margem: superior e esquerda (3 cm), direita e inferior (2 cm);
c) Tipo da fonte: Arial/ Times New Roman;
d) Tamanho da fonte: 12 (texto). 10 (Notas e citações);
e) Espacejamento: 1,5 para o texto e simples para o resumo indicativo5 (De 100 a 250 palavras);
f) Seções: utilizar números arábicos (máximo de 5 seções). Anteceder e suceder as seções e sub-seções com enter duplo;
Ex: 1 (Maiúsculo e negrito) - 1.1 (maiúsculo) - 1.1.1 (Minúsculo e negrito) - Simplificado e não exclui a leitura do texto original conforme NBR 6028 (2003).
1.1.1.1 (minúsculo) - 1.1.1.1.1 (minúsculo e itálico);
g) Número de folhas: 05 a 20 (incluindo as referências e dependendo da complexidade).

Medeiros (2008, p. 214) observa que “no meio acadêmico o paper vem sendo empregado com um sentido genérico; pode referir-se não só a comunicação científica, mas também a texto de um simpósio, mesa-redonda e mesmo a um
artigo”.

Considerações finais

Conclui-se que dentre as 41 normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) voltadas para informação e documentação, não existe nenhuma norma exclusiva, direcionada para a produção de paper.
Como fora visto, existem variadas opiniões e direcionamentos de estudiosos que compilam e sistematizam princípios da ABNT e adaptam para a construção de um dado paper.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: Informação e documentação - artigo em publicação periódica científica impressa - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
______. NBR 6023: Informação e documentação - referências - elaboração. RJ: ABNT, 2002.
______. NBR6024: Informação e documentação - numeração progressiva das seções de um documento escrito - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
______. NBR 6028: Informação e documentação - resumo – apresentação. RJ: ABNT, 2003.
______. NBR 10520: Informação e documentação - citações em documentos - apresentação. RJ: ABNT, 2002.
______. NBR 14724: Informação e documentação - trabalhos acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
CHRISTIANO NETTO, Ismael Guilherme. Paper. Disponível em: escolaqi.com.br/professor>. 
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MORAIS, Vanessa. Modelo de ensaio e paper. 

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