Leonardo Vivaldo
Esse é um novo século, com uma nova sociedade, com novo
formato de receber e transmitir informação, e de uma busca interminável de
conhecimento. As pessoas hoje em dia, têm acesso ao mundo e as suas tradições
culturais, com muito mais eficácia e rapidez que ontem. Com a explosão da computação e da Internet, passou-se a considerar que
disponibilizar informação em uma página da Internet seria um processo educativo
contínuo e a formação da língua escrita dessa pessoa, estaria sendo realmente
transmitida, de forma correta. Será mesmo? E qual seriam realmente as vantagens
e desvantagens dessa interferência digital em nossos dias? As recordações da Educação nos dizem que,
educar não é adestrar nem governar informações para um indivíduo e sim servir
como mediador desse processo.
Este
ensaio teórico pretende apresentar alguns indicativos e ideias que possam
orientar a otimização dessa apropriação por estudantes de educação de nível
superior de uma forma geral.
Essa nova sociedade, deste novo século,
conhecida agora, como Sociedade do Conhecimento tecnológico, não pode exonerar
a educação formal que se sistematiza na instituição escolar, ainda que,
crianças, adolescentes, jovens e adultos, sejam bombardeadas por informações
todos os dias, pelos mais diferentes meios de comunicação: na TV, nos rádios e,
mesmo em seus lares. Porém, esses dados que se deslocam, envelhecendo e
morrendo com uma velocidade cada vez maior (Gadotti, 2002, p.32) pelo avanço
das novas linguagens tecnologias, precisam ser selecionadas, avaliadas,
compiladas e processadas para que se transformem em conhecimento válido,
relevante e necessário para o crescimento do homem como ser humano em um mundo alto
sustentável.
A
tecnologia dessa nova linguagem digital é uma das mais fortes demonstrações da sociedade
contemporânea. Os processos tecnológicos utilizados, hoje em dia, são
considerados tecnologias intelectuais, pois, como a oralidade e a escrita, também
participa ativamente do processo cognitivo, modificando ações, transformando
conceitos em um estado virtual, de potencialização e de modernização das
classes cognitivas em seu complexo de contexto digital e social.
Segundo Pierre LÉVY (2001), as tecnologias intelectuais,
assim chamadas por não serem simples instrumentos, mas por influírem no
processo cognitivo do indivíduo, vão ser os parâmetros utilizados nessa busca
de compreensão da estrutura caótica social. Essas tecnologias sempre estiveram
presentes na sociedade e, de certa forma, influenciam na percepção e
conceitualização do mundo. É obrigatório mencionar Pierre Lévy para que
possamos entender a evolução dessas novas tecnologias.
É
notório dizer que, a presença das novas tecnologias nas mais diversas esferas
da sociedade contemporânea, é imprescindível, orientar os docentes para uso das
novas tecnologias de comunicação e de informação, como tecnologias interativas
em projetos políticos pedagógicos, tanto no seu desenvolvimento contínuo,
quanto na sua prática em sala de aula, se faz imprescindível. Essa urgência se
deve, não apenas, no sentido de preparar as pessoas para usufruí-las, mas
especialmente, para prepará-los como leitores críticos e escritores conscientes
das mídias que servem de suporte a essas tecnologias. Não basta ao cidadão,
hoje, só aprender a ler e escrever textos na linguagem verbal. É necessário que
ele aprenda a ler outros meios como o rádio, a TV, os programas de multimídia,
os programa de computador, as páginas da World Wide Web (WWW). Ao usar essas
novas tecnologias, é fundamental que ele não se deixe usar por elas. É primordial
que os professores se ajustem, deste modo, às diferentes tecnologias de
informação e de comunicação, aprendendo a escrever e a ler as diversas linguagens,
e as suas representações que são usadas nas mais diversas áreas tecnologias.
É
essencial que se tenha claro os conceitos e termos com os quais esse trabalhar contém
na preparação dos docentes para o uso das novas Tecnologias Digitais de
Informação e de Comunicação para melhor compreensão dos novos textos.
AS
TECNOLOGIAS
O
que entende-se por novas tecnologias digitais? Entendemos por novas tecnologias
digitais a aplicação de um conhecimento científico ou técnico, de um “saber
como fazer”, de métodos e materiais para a solução de uma dada dificuldade,
este texto tratará das Tecnologias de Comunicação e das Tecnologias de
Informação como intermediadores do processo de ensino e aprendizagem e como
tecnologias mútuas.
A
primeira é a Tecnologia de Comunicação
designa toda forma de veicular informação. Têm-se como ambiente de veiculação,
incluindo as mídias mais tradicionais, os livros, o fax, o telefone, os
jornais, o correio, as revistas, o rádio, os vídeos, as redes de computadores e
a Internet.
A segunda é a Tecnologia de Informação designa toda forma de determinar,
gravar, armazenar, processar e reproduzir as informações. Como exemplos de
suportes de armazenamento de informações são: o papel, os arquivos, os catálogo,
as fitas magnéticas, os CD’s. Dispositivos que permitem o seu processamento,
são os computadores e os robôs, e exemplos de aparelhos que possibilitam a sua reprodução são a
máquina de fotocopiar, o retroprojetor, o projetor de slides.
As
novas tecnologias de informação e de comunicação, usadas na comunicação social,
estão cada vez mais interativas, pois permitem a troca de dados dos seus
usuários com recursos que lhes permitem alternativas e aberturas diferentes, os
programas de multimídia, como o vídeo interativo, e a Internet.
São
essas novas tecnologia que permitem a preparação
e manipulação contígua de teores
específicos por parte do professor/aluno
(emissor) e do aluno/professor (receptor), codificando-os,
decodificando-os, recodificando-os conforme as suas realidades , as suas histórias
de vida e a tradições em que vivem; permitindo um entendimento mais eficaz,
alternando os papéis de emissor e
receptor, como co-protagonistas e contribuintes da ação cognitiva.
Nos
dias de hoje, os diferentes usos dessas mídias (tecnologias) se confundem e
passam a ser característicos das Tecnologias de Informação e de Comunicação, que
mudam os padrões de trabalho, do lazer, da educação, do tempo, da saúde e da
indústria e criam, assim, uma nova sociedade, novas atmosferas de trabalho,
novos ambientes de aprendizagem. Criando-se um novo tipo de aluno que necessita
de um novo tipo de professor. Um professor ligado e compromissado com o que
esta acontecendo ao seu redor.
Tecnologias colaborativas são as que consentem à otimização
do trabalho em equipe. Explicitando, as novas tecnologias de informação e de
comunicação podem ser utilizadas para se alcançar objetivos individuais
isoladamente. Assim, quando um professor pesquisa certo assunto, em bases de
dados da Internet e, ao descobrir documentos importantes, guarda-os para seu
uso particular em sua biblioteca virtual individual (CD-Rom ou disquetes), os
seus objetivos individuais estão sendo admirados. Se, por outro lado, comunica
a existência desses textos a outros professores que estão trabalhando com ele
(de forma interdisciplinar) em um projeto comum, propondo uma discussão
conjunta através dos serviços da própria Internet (e-mail, teleconferência),
essa tecnologia se reveste de uma característica que otimiza a colaboração, daí
ser então denominada de tecnologia colaborativa.
O computador ou uma rede de computadores não
são os únicos colaboradores que servem à tecnologia colaborativa. Outros
suportes clássicos como o livro, o videocassete podem ser caracterizados como
meios de uma tecnologia colaborativa se forem usados como apoio para o
compartilhamento de um trabalho de um grupo que tem os mesmos objetivos comuns.
Assim, quando gravamos nossas impressões sobre um texto em uma fita de áudio e
recebo de volta essa fita (ou uma cópia dela que também foi distribuída para
todos os elementos da equipe) com as impressões de meus outros colegas,
utilizo-me de uma tecnologia habitual (clássica) como tecnologia colaborativa.
Aprender, Lecionar e Modificar
Trabalhar com as tecnologias (novas ou não) de forma interativa nas salas
de aulas escolares requer: a responsabilidade de aperfeiçoar as compreensões de
alunos sobre o mundo natural e cultural em que vivem. Faz-se, indispensável o
desenvolvimento contínuo de intercâmbios cumulativos desses alunos com dados e
informações sobre o mundo e a história de sua natureza, de sua cultura,
posicionando-se e expressando-se, de modo significativo, com os elementos
observados, elaborados que serão melhor avaliados.
Ao se trabalhar,
adequadamente, com essas novas tecnologias, Kenski constata-se que:
“(...) a
aprendizagem pode se dar com o envolvimento integral do indivíduo, isto é, do
emocional, do racional, do seu imaginário, do intuitivo, do sensorial em
interação, a partir de desafios, da exploração de possibilidades, do assumir de
responsabilidades, do criar e do refletir juntos.” (KENSKI,1996, p.146).
Esta é a parte visível da introdução de novas tecnologias na educação. A estrutura das salas de aula deverá mudar como já mudaram em algumas instituições de ensino no Brasil e estão mudando em muitas regiões do mundo. A implantação (mudança) se inicia e continua com a criação de certa infra-estrutura tecnológica e de um programa de utilização em que os professores sejam treinados operacionalmente, capacitados metodologicamente e filosoficamente para a utilização dessas novas tecnologias na sua prática pedagógica.
O papel dos professores tem que mudar também, e os cursos superiores precisam
preparar esses docentes para não perderem o controle das tecnologias digitais
que são requeridas ou se dispõem a usar em suas salas de aulas. Os professores
precisam aprender a manusear as novas tecnologias e ajudar os alunos a, e eles
também, aprenderem como manipulá-las e não se permitirem serem manipulados por elas.
Mas para tanto, precisam usá-las para educar, saber de sua existência,
aproximar-se das mesmas, familiarizar-se com elas, apoderar-se de suas
potencialidades, e dominar sua eficiência e seu uso, criando novos saberes e
novos usos, para poderem estar, no domínio das mesmas e poderem orientar seus
alunos a “lerem” e “escreverem” com elas.
Os professores não devem substituir as “velhas tecnologias” pelas “novas
tecnologias”, devem, antes de tudo, se adequar das novas para aquilo que elas
são únicas e resgatar os usos das velhas em organização com as novas, isto é,
usar cada uma naquilo que ela tem de peculiar e, portanto, melhor do que a
outra.
O uso e influência das novas tecnologias devem servir ao docente não só
em relação à sua atividade de ensino, mas também na sua atividade de pesquisa
continuada. E a pesquisa com as novas tecnologias tem características
diferentes que estão diretamente ligadas à procura da constante informação.
A Educação e a Formação
Os docentes devem construir e trabalhar em conjunto com seus alunos não
só para ajudá-los a aumentar capacidade, métodos, táticas para coletar e
selecionar elementos, mas, especialmente, para ajudá-los a desenvolverem
conceitos. Considerações que serão o alicerce para a edificação de seus novos conhecimentos. Como descrever Gadotti, o professor:
“(...) deixará de ser um lecionador para ser
um organizador do conhecimento e da aprendizagem (...) um mediador do
conhecimento, um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador,
e sobretudo, um organizador de aprendizagem” (Gadotti, 2002, p. 32).
Para
finalizar estas ideias, não podemos deixar de destacar a importância de se
repensar os métodos docente a partir de uma maior valorização da metodologia de
interação e colaboração mutua que devem estar presentes proporcionalmente na educação
à distância quanto na educação presencial, escolha metodológica tão discutida hoje
em dia e que vem sendo exercitada por profissionais das áreas mais variadas da
educação. É muito inquietante como os professores estão se afastando dessas
práticas alternativas, apresentando, com isso, muita oposição.
A
Educação precisa repensar seus métodos curriculares e preparar seus docentes
tanto para se apropriarem das novas tecnologias de informação e comunicação
quanto para a prática da educação a distância que se vê viabilizada. O Ministério
da Educação e o SEED - Secretaria de Educação à Distância, estão apoiando com
seus vários “sistemas de formação de professores” que envolve o ensino a
distância por seus diversos programas por essas novas tecnologias digitais: Pró
infantil, Pró formação, Pró licenciatura, Pró letramento e tantos outros.
De
acordo com Pimenta e Anastasiou, a respeito da educação “o desafio é educar as
crianças e os jovens, propiciando-lhes um desenvolvimento humano, cultural,
científico e tecnológico de modo que adquiram condições para enfrentar as
exigências do mundo contemporâneo” (Pimenta e Anastasiou, 2002, p.12).
Considerações
Finais
Os
professores precisam sempre estar reciclando seus conhecimentos e só depois eles
poderão ter a competência para escolher se querem ou não usá-las, se quer ou
não praticá-las na educação a distância ou não. O que não é mais aceitável é
que se faça resistência a umas e/ou a outra tecnologia, seja ela, de
comunicação ou de informação, por insegurança ou falta de proficiência.
Portanto,
os professores e educadores e docentes de ensino superior, precisam estar
profissionalmente qualificados e, hoje, não se pode falar em qualificação sem assimilação
das novas tecnologias.
Por
fim, considero que, os processos de construção de conhecimento sobre a forma de
aprendizagem de alunos e professores são fenômenos que necessitam ser mais
estudados por ambos, mais, principalmente pelos professores que devem estar em
uma constante busca de conhecimentos, de novas tecnologias.
Referências Bibliográficas
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em <http://www.futuro.usp.br/ef/menu/menu.htm>.
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GADOTTI,
Moacir A boniteza de um sonho: aprender e ensinar com sentido. abceducatio. ano III, n. 17, p. 30-33,
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Vani Moreira. O Ensino e os resursos didáticos em uma sociedade cheia de
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MACHADO,
Nilson José. Epistemologia e Didática: As concepções de conhecimento e
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PIMENTA,
Selma Garrido e ANASTASIOU, Lea das Graças Camargos. Docência no Ensino Superior.
São Paulo: Cortez, 2002.
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