quinta-feira, 14 de junho de 2012

Reflexão filosófica sobre a linguagem natural

Alves, C.O. 

A língua e sua essência vista a partir das reflexões filosóficas, partindo dos primórdios da filosofia até os dias atuais. a língua natural é uma expressão que apenas se aplica a uma linguagem que evoluiu naturalmente, como a fala nativa (primeira língua) de um indivíduo 

A linguagem em si, tem sido um objeto de pesquisa em variados campos de pesquisa, dentre as ciências que ocupam desse ramo temos a linguística, a neurolinguística e a filosofia da linguagem etc. visto que, na filosofia a língua vê sendo um objeto de reflexão filosófica partindo de Platão até os dias hodiernos. Platão fez suas primeiras interpretações, as duas primeiras afirmam o caráter necessário da relação do signo linguístico e seu objeto, então percebe-se-a que, todos os signos por sua natureza é suscitado e expresso pelo objeto, isso faz a tese convencionalista ver-se a impossibilidade de confrontá-las ambas as teses. 

O fato é que, a língua em sua essência, e enquanto fenômeno cultural e social dos indivíduos postula-se a hipótese de uma primitividade linguística, ou seja, uma linguagem do sujeito singular enquanto ser comunicante, e que passou a comunicar-se com “os sujeitos” passando-se a fazer uso de uma linguagem comum a todos. Pois, entende-se o ato linguístico na intersubjetividade do sujeito? Então, Santo Agostinho postula-se, afirmando existir uma linguagem natural comum a todos os homens, e define o processo de aprendizagem da linguagem: “Não eram pessoas mais velhas que mim ensinavam as palavras, com método, como pouco depois para as letras” confissões, I/8;pg,46. O que se infere, do pensamento de santo Agostinho é que Deus, já nos dera o germe da linguagem desde a nossa concepção, em outras palavras já nascemos potencialmente hábitos a falar. O fato é que no século XX, Wittgenstein o maior expoente da virada lingüística, em suas investigações filosóficas retoma a concepção platônica da linguagem natural dando novas vidas o sentido referente à origem da linguagem, ele não contesta Platão, mas sobe pela mesma escada do mesmo e o faz-se o mesmo alcançar novos horizontes para o sentido da linguagem natural. Wittgenstein descreve que antes de aprendermos a nos comunicar com os outros. Antes já nos comunicamos, ou seja, falar-se consigo mesmo. O fato é que, quanto às significações do objeto, ou a correlação entre sujeito pensante e o objeto pensado fica muito implícita, então Wittgenstein cita que: “aquele conceito filosófico da significação cabe bem numa representação primitiva pela qual a linguagem funciona, mas, pode-se também dizer, é a representação e uma linguagem mais primitiva do que a nossa”. Assim, o autor descreve que a significação é pensada filosoficamente e a definição que dar-se acerca da significação é mais fácil entender enquanto linguagem do sujeito em si, essa concepção do filósofo é bem próxima de Agostinho nas confissões, pelo fato, que Wittgenstein elucida a partir de uma pressuposição de que a capacidade linguística, da comunicação entre os homens é inata. 

Em suma, pode-se concluir que a concepção de língua natural dos quais muitos filósofos buscou definir e explicitar, para os filósofos citados é simplesmente uma expressão que apenas se aplica a uma linguagem que evoluiu naturalmente, como a fala nativa (primeira língua) de um indivíduo, mas que, com o meio social ela vai se formalizando progressivamente. 

Referência bibliográfica
Richter, Duncan J. Ludwig Wittgenstein (1889-1951). Internet Encyclopedia of Philosophy
AGOSTINHO DE HIPONA. Confissões. Trad. J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina; “Vida e obra” por José Américo Motta Pessanha. São Paulo: Nova Cultural, 1999. 416 p. (Coleção Os Pensadores). Original em latim.

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