quinta-feira, 14 de junho de 2012

A importância do fluxo de caixa nas empresas

Jéssica Aparecida de Oliveira Costa 
Mariani Vieira dos Santos 
Mauricio Guerreiro 

Resumo 

Para o gestor empresarial obter sucesso, ele precisa saber administrar com sabedoria, obter informações transparentes e corretas para que as decisões sejam tomadas com perfeição: administração, informação e tomada de decisão é o que se refere o trabalho apresentado. O objetivo deste trabalho é apresentar a importância da ferramenta Fluxo de Caixa nas tomadas de decisões, sendo que muitas vezes as empresa de pequeno porte não atribui a devida importância dessa ferramenta na área administrativa como: contas a pagar e contas a receber. A Metodologia adotada para elaboração deste trabalho é a utilização de pesquisa bibliográfica com utilização de livros. O resultado deste artigo mostra a falta de conhecimento que os empresários têm em relação à ferramenta fluxo de caixa, sendo assim concluo que o fluxo de caixa é uma ferramenta útil para melhorar o desempenho financeiro das empresas. 

Palavras-chave: Fluxo de Caixa, Administração, Informação, tomada de decisão, Planejamento, Controle. 

1. Introdução 

Com o avanço tecnológico e com as oscilações da economia, as empresas em todos os segmentos passam por um momento de dificuldades e incertezas, e a estabilidade financeira depende de um alto grau, de uma boa gestão financeira. 

O fluxo de caixa é uma ferramenta na gestão financeira capaz de identificar a necessidade da empresa em gerar receitas suficientes para honrar seus compromissos e responsabilidades em um determinado tempo, é possível também visualizar o futuro da empresa por meio de previsões que esta depende da seriedade dos dados informados, não podemos esquecer que por se tratar de previsões essas informações podem variar. 

Dentro deste contexto, as empresas passam a buscar um eficiente controle administrativo, onde o administrador precisa utilizar-se de todas as ferramentas possíveis para a execução dos objetivos da entidade. Assim, surge uma ferramenta que se torna cada vez mais solicitada no meio empresarial, o Fluxo de Caixa, que possibilita à empresa uma visão ampla de suas finanças a fim de analisar os fatos ocorridos para a tomada de decisões, bem como proporciona à entidade a possibilidade de projetar suas finanças para o futuro, proporcionando ao administrador a capacidade de realizar a execução de aplicações ou captações de recursos com a maior vantagem possível. 

Apresenta-se desta forma, o Fluxo de Caixa, como uma opção interessante às empresas de pequeno ou grande porte, já que, devido ao competitivo mercado em que as mesmas estão inseridas, qualquer possibilidade de angariar vantagens pode ser decisiva na execução de sua atividade e na manutenção neste competitivo mercado. 

2. fluxo de caixa 

O fluxo de Caixa constitui o movimento de entradas e saídas de caixa, bem como as variações no saldo dessa conta. Podemos dizer que a ferramenta fluxo de caixa é um instrumento utilizado com o objetivo de apurar os somatórios de ingressos e desembolsos financeiros da empresa em determinado momento. (ZDANOWICZ, 2004). 

Segundo Groppelli (2009) o fluxo de caixa deve focalizar os recebimentos e pagamentos ocorridos. Os recebimentos são determinados pelos padrões de crédito da companhia, se esses padrões forem rigorosos, muito pouco clientes estarão qualificados ao crédito, as vendas irão declinar e, como resultado, as contas a receber diminuirão. 

Para contas a pagar os gestores tem por base não pagar nenhuma conta antes do vencimento, a não ser que traga algum tipo de benefício para a empresa, um exemplo é o desconto na própria duplicata, quem faz uma compra bem feita, consegue vender por um preço melhor e assim conquista o mercado. 

Para Groppelli (2009) contas a pagar pode ser vistas como empréstimos sem juros dos fornecedores. 

2.1. A importância do fluxo de caixa e sua abrangência 

O fluxo de caixa é uma ótima ferramenta para auxiliar o administrador de determinada empresa nas tomadas de decisões. É através deste "mapa" que os custos fixos e variáveis ficam evidentes, permitindo-se desta forma um controle efetivo sobre determinadas questões empresariais. 

Segundo Marion (2008, página 115) “sem o fluxo de caixa fica quase impossível projetar e planejar-se financeiramente. Sem orçamento (planejamento financeiro) é impossível ter uma administração Sadia.” 

Marion (2008) salienta que o fluxo de caixa não deve ser enfocado como uma preocupação exclusiva da área financeira, mais efetivamente deve haver comprometimento de todos os setores empresariais destacando: 

A área de produção, ao promover alterações nos prazos de fabricação dos produtos, determina novas alterações nas necessidades de caixa. De forma idêntica, os custos de produção têm importantes reflexos sobre o caixa; As decisões de compras devem ser tomadas de maneira ajustada com a existência de saldos disponíveis de caixa, em outras palavras, deve haver preocupação com relação à sincronização dos fluxos de caixa, avaliando-se os prazos concedidos para pagamento das compras com aqueles estabelecidos para recebimento das vendas. Políticas de cobrança mais ágeis e eficientes, ao permitirem colocar recursos financeiros mais rapidamente à disposição da empresa, constituem-se em importante reforço de caixa. A área de vendas, junto com a meta de crescimento da atividade comercial, deve manter um controle mais próximo sobre os prazos concedidos e hábitos de pagamentos dos clientes, de maneira a não pressionar negativamente o fluxo de caixa. Em outras palavras, é recomendado que toda decisão envolvendo vendas deve ser tomada somente após uma prévia avaliação de suas implicações sobre os resultados de caixa (exemplos: prazo de cobrança, despesas com publicidade e propaganda, etc.); A área financeira deve avaliar criteriosamente o perfil de seu endividamento, de forma que os desembolsos necessários ocorram concomitantemente à geração de caixa da empresa. 

De maneira ampla, o fluxo de caixa é um processo pelo qual uma empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados pelas várias atividades desenvolvidas. Neste enfoque, ainda o fluxo de caixa focaliza a empresa como um todo, tratando das mais diversas entradas e saídas (movimentações financeiras) de caixa refletida por seus negócios. 

2.2. Fluxo de Caixa Realizado X Projetado 

O Fluxo de caixa quando é realizado tem como objetivo principal informar o seu fluxo de entradas e saídas de recursos financeiros de um determinado período. Tendemos a utilizar o fluxo de caixa realizado para construirmos o fluxo de caixa projetado, que segue as tendências. 

O Fluxo de caixa projetado pode ser curto ou longo prazo, em curto prazo se verifica as sobras e faltas da empresa com informações que já aconteceram e em longo prazo conseguimos verificar a capacidade que a empresa tem em se auto financiar, controlar a movimentação do capital de giro necessário para determinado período e mostrar o quanto a empresa depende de capital de terceiros. 

Segundo Azevedo (2008) o fluxo de caixa projetado tem como principais propósitos: verificar a capacidade da empresa de gerar os recursos necessários para custear suas operações, determinar o capital em giro do período, determinar o Índice de Eficiência Financeira da empresa, determinar o grau de dependência de capitais de terceiros da empresa. 

Quando confrontamos os dois fluxos de caixa temos as variações e com isso conseguimos identificar e analisar as possíveis divergências. 

O fluxo de caixa projetado por se tratar de informações de tendências tem um agravante com o fluxo de longo prazo, pois a empresa fica exposta a possíveis acontecimentos que poderão comprometer sua projeção. 

Segue abaixo um modelo de fluxo de caixa. 

FLUXO DE CAIXA







ENTRADAS
DIA 1
DIA 2
DIA 3
DIA 4
DIA 5
DIA 10
DIA 31
Recebido de Clientes
500,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
TOTAL DAS ENTRADAS
500,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00








SAIDAS
DIA 1
DIA 2
DIA 3
DIA 4
DIA 5
DIA 10
DIA 31
Pagamento de fornecedores
0,00
0,00
0,00
0,00
350,00
0,00
0,00
Pagamento de despesas
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
40,00
TOTAL DE SAIDAS
0,00
0,00
0,00
0,00
350,00
0,00
40,00








(+) SALDO DO INICIO DO DIA
1.000,00
1.500,00
1.500,00
1.500,00
1.500,00
1.150,00
1.150,00
(=) SALDO NO FINAL DO DIA
1.500,00
1.500,00
1.500,00
1.500,00
1.150,00
1.150,00
1.110,00

3. discussão 

Podemos verificar neste artigo a apresentação do conceito de fluxo de caixa, como uma ferramenta financeira que as empresas de pequeno ou grande porte necessitam para visualizar a liquidez imediata, controle de entradas e saídas de recurso, podendo então provisionar suas receitas e despesas dentro de um determinado período. O fluxo de caixa é um relatório simples, mas extremamente útil e poderosa ferramenta de planejamento financeiro, seus benefícios trás melhoramentos significativos para a empresa. Também não precisa de muito aparelhamento para que se trabalhe de forma positiva e satisfatória, mas é necessário investimento em profissionais capacitados, habilitados e credenciados, para que a existência de uma cultura de planejamento possa gerar resultados positivos, tranqüilidade e lucro para a empresa, funcionários e empresários. 

Sendo assim percebemos que a ferramenta é indispensável para uma sinalização dos rumos financeiros dos negócios, porém o grande problema encontrado após a conclusão desse artigo é o desconhecimento que a maioria dos empresários tem dessa ferramenta. 

4. Conclusão 

Este artigo visou um estudo sobre a importância do fluxo de caixa nas empresas, analisando essa ferramenta e sua eficácia, para ter um controle bem sucedido de suas movimentações. 

Podemos afirmar que os objetivos do trabalho foram alcançados, concluindo que o fluxo de caixa é um instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o empresário nas tomadas de decisões. Porém, cabe ressaltar que é muito importante, além de prever e acompanhar, controlar todas as informações, atualizando-as no processo gerencial de tomada de decisão, no momento oportuno, para que a empresa possa utilizar o fluxo de caixa como uma ferramenta financeira de auxilio na busca de sua manutenção e crescimento. 

Assim com base no estudo apresentado, pode-se concluir que a adequação, tanto das empresas de grande porte, como as de pequeno porte se faz necessário, tendo em vista as constantes mudanças que ocorrem no ambiente organizacional das empresas. 

Referências 

AZEVEDO, Marcelo. Estrutura e Análise das Demonstrações Financeiras: 1.Edição. São Paulo: Alínea, 2008. 
GROPPELLI, A.A. Administração Financeira: 1.Edição. São Paulo: Saraiva, 2009. 
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica : 8ª Edição São Paulo: Atlas. 2008 
ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiros. 5ª ed. Porto Alegre: Sagra - DC Luzzatto, 1995.

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