sexta-feira, 29 de junho de 2012

Há alegria no saber: um estudo sobre a coesão e a coerência na promoção da comicidade nas histórias em quadrinhos

Marise de Cássia Soares de Melo

INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda o que, nas pesquisas lingüísticas, tem sido denominado de coerência e de mecanismos de coesão na composição e estruturação dos textos das histórias em quadrinhos, bem como a relação entre esses processos e a interpretabilidade da comicidade nos textos humorísticos em histórias em quadrinhos do jornal O Globo. A proposta deste trabalho constitui-se de uma análise e reflexão sobre a língua escrita, reconhecendo seu valor como meio de transmissão da cultura e da informação, valorizando a escrita e a leitura de textos em quadrinhos como fonte de fruição estética e cultural, bem como de entretenimento.

A importância desse panorama é que, esta pesquisa amplia os trabalhos realizados anteriormente sobre coesão e coerência, pela inclusão do gênero histórias em quadrinhos nos estudos feitos, aprofundando os conhecimentos referentes à organização dos elementos discursivos desse gênero textual. Todo texto reflete determinados discursos, e esses espelham as maneiras de comunicação de diferentes instituições que regulam a comunidade onde o indivíduo está inserido. Por esse motivo, julgamos ser indispensável contemplar criticamente as partes que o integram para que o leitor, como agente social, possa refletir mais cuidadosamente sobre como esse tipo de texto pode intervir no fluxo aparentemente natural da vida, como forma de produção cultural. Trata-se, por fim, de uma pesquisa com a qual se objetiva contribuir para a formação do leitor proficiente e para um ensino, além de eficaz, atrativo da língua portuguesa.

Verificamos como, nos textos de histórias em quadrinhos, a presença e /ou a ausência de elementos de coesão e de coerência textuais contribuem para a construção da ambigüidade e do efeito cômico. Baseamo-nos nos pressupostos de Halliday e Hasan (1976, 1989), a respeito de ser a coerência uma função da estrutura e tessitura textual, ou seja, dos elementos que tornam um texto de fato um texto. É de grande importância também a obra de Koch e Travaglia (2002), que mostra que a coerência é global e só há uma unidade de sentido no todo do texto se este é coerente.

Fazemos dialogar esses conceitos com a construção do efeito do humor pelo espírito de palavras, que decorre de uma habilidade na organização do material verbal empregado na expressão do pensamento, que é complexa, dinâmica e libertadora, pois fornece ambigüidade ao texto, o qual sinaliza para mais de uma via interpretativa.
O humor é um fenômeno discursivo que busca a contradição, a transgressão, o inesperado, com a intenção de criar outro efeito de sentido, que pode oscilar entre a simples comicidade e o profundo questionamento de práticas socialmente arraigadas em nossa cultura. Dessa forma, mais do que apenas divertir, o texto das histórias em quadrinhos traduz um modo diferente de dizer, pautado na mistura de entretenimento e seriedade, deleite e reflexão.

O humor encontrado nas histórias em quadrinhos abala o princípio do sério e da rigidez, fazendo o homem alcançar uma dimensão mais ampla da consciência e da aceitação da relatividade e da alternância de sua existência. Esse humor através de palavras decorre da habilidade na organização do material verbal cuja técnica consiste, geralmente, na condensação de palavras e na configuração da frase, podendo ser eliminado se desfeito o jogo de palavras estabelecido. De acordo com Possenti (1998: 27), são necessários tanto o conhecimento lingüístico quanto o conhecimento de mundo para que se compreenda uma piada.
Como observamos, há boas razões para postularmos que os textos das histórias em quadrinhos fornecem ótimos exemplos para o estudo dos elementos lingüísticos referentes à coesão e à coerência, pois deixam evidente que existe uma diferença importante entre interpretar e compreender, uma vez que operam com ambigüidades, sentidos indiretos e implícitos.

Como todo tipo de pesquisa deve ter como finalidade servir à ação visando à busca de resultados, através da analise de textos de histórias em quadrinho procuramos responder: como a coerência e os mecanismos de coesão contribuem para a compreensão do sentido do cômico, promovendo o humor? Como os mecanismos de coesão e de coerência juntos contribuem para a construção da ambigüidade e conseqüentemente do efeito cômico? Como a coerência se mantém apesar da ambigüidade, característica recorrente nesse gênero? O presente trabalho, ao término de suas considerações, apresentará conclusões que satisfazem, mesmo que parcialmente, tais questionamentos.

Como trabalhamos com histórias em quadrinhos, cuja característica principal é a associação da linguagem verbal com a não-verbal, o texto será compreendido não só como unidade lingüística concreta, que é tomada pelos usuários da língua numa situação de interação comunicativa específica, mas também como o conjunto dos elementos icônicos que, juntamente com os elementos lingüísticos, preenchem uma função comunicativa reconhecível independentemente de sua extensão. Estamos entendendo sentido como a atualização seletiva no texto de significados possíveis, virtuais das expressões lingüísticas em associação com os elementos icônicos.

O presente trabalho torna-se uma fonte de pesquisa útil para os professores de língua portuguesa, que trabalham com diferentes gêneros textuais em suas aulas. Ele possibilitará a esses profissionais apropriarem-se das características fundamentais das estruturas de coesão e coerência que promovem o cômico dentro das histórias em quadrinhos e, através dessas características, construir progressivamente, em seus alunos, a compreensão dessas estruturas, visando torná-los leitores mais proficientes.

A COERÊNCIA, A COESÃO E O HUMOR NAS TIRAS DOS QUADRINHOS.
As tiras das histórias em quadrinhos, impressas no jornal, apresentam um plano de expressão com características particulares, diferenciadas tanto do discurso oral, quanto do escrito ou do puramente visual. Portanto, é possível afirmar que elas utilizam recursos que lhe são próprios para construir uma seqüência humorística.

As particularidades de seu plano de expressão explicitam-se, e diferenciam-na de outros textos, pelo fato de que tanto a linguagem verbal quanto a não-verbal são acionadas de forma a provocar a interpretação e, conseqüentemente, a sua atuação é conjunta. Esse elemento caracteriza estratégias discursivas e textuais que obrigam o analista a pensar determinadas questões de significação também a partir dessa particularidade.
Para interpretar o sentido humorístico desejado pelo autor, nesse tipo específico de texto, o leitor precisa entender a intenção transmitida, interpretando a mensagem a partir do contexto. Isso porque o sentido, nas tiras dos quadrinhos, é construído não só no nível semântico_ pela significação das palavras e dos enunciados; no desfecho inesperado; nem se restringe no nível sintático_ na relação das palavras e orações_ mas também na associação de palavras e imagens. A coerência, nesse tipo de texto em particular, não é apenas uma característica do texto verbal, mas depende fundamentalmente da interação entre o texto verbal e o texto não-verbal, e da interação entre aquele que o produz e aquele que busca compreendê-lo.

Contudo, há elementos lingüísticos no texto que possibilitam ao usuário depreender o sentido e estabelecer a coerência; mas muito depende do próprio leitor como interpretador do texto, que conta com o seu conhecimento de mundo e da situação de produção, bem como do seu grau de domínio dos elementos lingüísticos, pelos quais o texto verbal se atualiza naquele momento comunicativo, e de sua percepção dos recursos visuais, dos elementos icônicos presentes. Dessa forma a coerência é o processo que coloca texto e leitor em relação, numa dada situação bem específica de comunicação.
A diagramação, o projeto gráfico, a maneira de colocar as informações verbais e visuais formam um conjunto. Há a necessidade de leitura e interpretação dos dois acontecimentos, sendo a imagem emoldurada pelas seqüências verbais e as seqüências verbais tendo como centro catalisador às imagens.
Fávero (2002: 60) afirma que o texto contém mais do que o sentido das expressões na superfície textual, pois deve incorporar o conhecimento de experiências cotidianas e intenções, ou seja, fatores não-lingüísticos. Portanto, um texto não é em si coerente ou incoerente; ele o é para um leitor numa determinada situação.

A coerência de um texto humorístico se estabelece apesar da violação de uma ou algumas das máximas conversacionais. O próprio Gice (1975) salientou que o interlocutor, para salvaguardar uma máxima, viole outra, mantendo a coerência pela continuidade de sentidos entre os elementos visuais descritos e os elementos verbais inscritos no texto, sendo a coerência ao mesmo tempo semântica e pragmática, tendo uma dimensão sintática e lingüística, e também uma dimensão não-gramatical.
Vale lembrar que o leitor, para construir a coerência, deve considerar não só os elementos lingüísticos presentes no texto, mas também o seu próprio conhecimento enciclopédico, as suas crenças, pressuposições, intenções explicitas ou veladas, a situação comunicativa, os elementos icônicos, contexto sócio-cultural e assim por diante.

A coerência é semântica, porque é a capacidade do texto de agir como unidade, remetendo a um sentido global; é pragmática, porque o sentido depende da interação comunicativa e é sintática, porque pode ser recuperada a partir da seqüência lingüística que constitui o texto. A coerência não é apenas propriedade do texto, mas se estabelece numa situação comunicativa entre usuários que têm modelos cognitivos comuns ou semelhantes, adquiridos em dada cultura.
Ora, não levar em conta a reconstrução de sentidos por parte do leitor é não reconhecer o que nos diz Bakhtin (1982: 383) sobre cada palavra do texto conduzir para fora de seus limites, pois toda compreensão representa a confrontação de um texto com outros textos, constituindo o caráter dialógico dessa confrontação.
Para a construção da coerência nos textos humorísticos, temos de levar em conta o que nos traz o contexto, pois, como afirma Koch (1999: 39), o sentido da frase absurda está em ser absurda: “Supõe-se que os sujeitos são cooperativos na sua interlocução. Assim, se o receptor não consegue calcular a significação, ele conclui que o autor do texto fê-lo incoerente com um propósito e considera que a não-coerência é que lhe dá o sentido”.
O espaço das HQ é um espaço de linguagem: dinâmico, ativo, criativo. Conforme mostrou Bakhtin (1976: 21), “A linguagem não é um meio neutro que se torne fácil e livremente a propriedade intencional do falante, ela está povoada ou superpovoada de intenções de outrem. Dominá-la, submetê-la às próprias intenções e acentos é um processo difícil e complexo”.

Os Fatores de Coerência Presentes nas Histórias em Quadrinhos

A coerência está ligada à possibilidade de estabelecer um sentido ao texto, podendo ser entendida como um princípio de interpretabilidade do texto, levando-se em conta o seu sentido global. Pode ocorrer que, em determinadas circunstâncias, se afrouxe ou elimine deliberadamente a coesão e/ou a coerência semântica do texto com o objetivo de produzir certos efeitos específicos, e é exatamente isso que freqüentemente observamos ocorrer no caso de textos humorísticos.

Consideraremos agora os fatores responsáveis pelo estabelecimento da coerência segundo os estudos de Koch (2000), em que a autora menciona: o conhecimento lingüístico; as ativações de conhecimento de mundo; o conhecimento partilhado; a realização de inferências; fatores pragmáticos; a situacionalidade; a intencionalidade; a aceitabilidade; a informatividade; a relevância; a focalização e a intertextualidade, que passaremos a expor na seqüência verificando sua relação com o sentido do humor.

Fatores de Coesão nas Histórias em Quadrinhos
A coesão constitui o modo como as frases se combinam, para assegurar um desenvolvimento proposicional, e revela-se por índices formais, sintáticos, sem qualquer apelo ao pragmático. São várias as classes de palavras que têm a função básica de organizar o texto, atuando como elementos de coesão, fornecendo ao interlocutor apoios para o processamento textual, através de indicações, ou ainda, estabelecendo uma ordenação entre segmentos textuais.
Exercem essa função: as preposições (a, de, para, com, por...); as conjugações (que, quando, embora, para que, mas...); os pronomes (ele, eles, ela, elas, seu, sua, este, esse, aquele...) e os advérbios (aqui, aí, lá, assim...).


Conclusão

Muitas reflexões e leituras culminaram neste trabalho, que traduz o fechamento de uma pesquisa cuidadosa e árdua, mas prazerosa e de tema instigante, cujo produto é este que ora apresentamos.
Como educadores, nos preocupamos com a formação de leitores proficientes, devido ao grau de vulnerabilidade ideológica a que estão expostos os leitores ingênuos. Muitas vezes eles despercebem os mecanismos discursivos que são capazes de torná-los passivos na interação comunicativa, induzindo-os a determinadas condutas sobre as quais não conseguem exercer qualquer postura crítica.

Destarte, propusemo-nos a estudar como os mecanismos de coesão e de coerência contribuem para a promoção do sentido cômico das histórias em quadrinhos, desvendando alguns de seus artifícios de modo que a metodologia utilizada e as conclusões a que chegamos pudessem ser suporte para uma investigação pedagógica eficiente junto ao corpo discente no que tange a essa matéria. E tal ação pedagógica seria um dos fatores que colaborariam para munir o aluno com um melhor domínio do arsenal lingüístico que contribui para a interpretação da ambigüidade e do efeito cômico nos textos, proporcionando a possibilidade de fluir de uma leitura mais funcional.

Como vimos a coerência é a ligação em conjunto dos elementos formativos de um texto e a coesão é a associação consistente desses elementos. Porém, essas duas definições literais não contemplam todas as possibilidades de significação dessas duas operações essenciais na construção de um texto. As definições apresentadas constituem apenas princípios básicos de reconhecimento das duas operações. Constatamos que a coerência se estabelece na dependência de uma multiplicidade de fatores, passando a ser percebida como um princípio global de interpretabilidade do texto.
Em linhas gerais, dentre as idéias dos autores aqui mencionados, podemos afirmar que a coerência não é uma característica inerente ao texto, mas deve ser percebida como um princípio de interpretabilidade decorrente de uma multiplicidade de fatores, que ocorrem na interação do produtor e do receptor. Dentre os fenômenos observados, estudamos também o papel da coesão no processo interpretativo e verificamos que, apesar de sua importância para o estabelecimento do sentido, sua presença não é indispensável, nem suficiente para produzir a coerência ou a comicidade de um texto, mas que indiretamente os mecanismos de coesão possibilitam ao leitor perceber o humor nos quadrinhos.

Tudo o que está inscrito numa página em que o material lingüístico figure, como as imagens, ou tudo o que nela deixa de ser registrado, torna-se determinante na construção do sentido cômico, inclusive o contexto situacional, que se relaciona tanto com o nível semântico e o conhecimento de mundo, quanto com o nível pragmático.
O estabelecimento da coerência, neste trabalho é visto como um processo cooperativo entre produtor e receptor. Deve ocorrer, na interação texto-usuários, a construção de um sentido possível para o texto, pois só assim haverá compreensão. As condições em que o texto é produzido, as intenções comunicativas, bem como o contexto de que depende o enunciado é que determinam o nível de coerência reconhecido e o estabelecimento do efeito cômico. Não se busca a coerência simplesmente na sucessão unidimensional ou linear dos enunciados, mas em uma ordenação não hierárquica e pluridimensional que une a linguagem verbal à linguagem não-verbal.

Isso significa que, ao buscarmos a coerência textual nas histórias em quadrinhos, não é suficiente procurar as relações que devem existir entre as unidades lingüísticas que estão representadas superficialmente no texto, mas é necessário considerar o processo total como produção e escolha de sentidos. Em grande parte, dependerá dessas relações a compreensão do humor, pois o contexto também dá sentido às palavras.
Não é difícil perceber que, em contextos diferentes, o sentido muda, enquanto o significado de um vocábulo permanece estável. Os sentidos se movem, são vivos; o significado é cristalizado, só existe como abstração. O que determina a escolha de um certo sentido pelo sujeito é a motivação criada pelo contexto. Assim, cada texto possui sempre um subtexto, um pensamento oculto por de trás das palavras.
Algumas vezes a fronteira entre um texto coerente e um texto incoerente depende em exclusivo da competência textual do leitor em decidir sobre a continuidade de sentidos, que é fundamental e que deve presidir à construção de um enunciado. A coerência e a incoerência revelam-se não direta e superficialmente no texto, mas indiretamente por ação da leitura desse texto. Havendo coesão, é possível inferir os atos ilocucionais a partir das ligações proposicionais indicadas explicitamente; já a coerência é o leitor quem deve deduzir nas ligações proposicionais implícitas a partir de uma interpretação dos atos ilocucionais e dos elementos icônicos.

A coerência textual é o resultado da articulação das idéias de um texto; diz respeito à estruturação lógico-semântica, que faz com que, numa situação verbal, palavras e frases, juntamente com imagens, componham um todo significativo para os interlocutores e que as aparentes incoerências sejam entendidas como fazendo parte do sentido cômico do texto. A coesão textual, por sua vez, diz respeito às articulações gramaticais existentes entre as palavras, frases, orações, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão seqüencial, colaborando para o seu entendimento.

A concepção de texto apresentada aqui subjaz ao postulado de que o sentido cômico não está contido no texto, mas se constrói a partir dele pela interação. Uma vez construído “um”, e não “o” sentido adequado ao texto pelo contexto, o texto será considerado engraçado pelos parceiros comunicativos. A coerência é estabelecida em uma situação concreta de atividade verbal, levando à identificação do texto, com ou sem o viés de humor, como sendo realmente um texto e não um amontoado de frases desconexas.

Referências bibliográficas
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