Elaboração do Plano de Negócio: Plano Financeiro
Investimento total
Nessa etapa, você irá determinar o total de recursos a ser investido para que a empresa comece a funcionar. O investimento total é formado pelos:
- Investimentos fixos.
- Capital de Giro.
- Investimentos pré-operacionais.
Estimativa dos investimentos fixos
O investimento fixo corresponde a todos os bens que você deve comprar para que seu negócio possa funcionar de maneira apropriada.
Relacione os equipamentos, máquinas, móveis, utensílios, ferramentas e veículos a serem adquiridos, a quantidade necessária, o valor de cada um e o total a ser desembolsado.
- Fique de olho
- Evite imobilizações desnecessárias. Quando possível, alugue ao invés de construir ou
comprar;
- Considere a possibilidade de terceirizar algumas atividades, isso reduzirá a necessidade
de compra de máquinas e equipamentos;
- Pesquise e avalie as diversas opções de aquisição (leilões, classificados, lojas de usados).
Cuidado com o estado de conservação e a garantia do que irá comprar.
Capital de giro
O capital de giro é o montante de recursos necessário para o funcionamento normal da empresa, compreendendo a compra de matérias-primas ou mercadorias, financiamento das vendas e o pagamento das despesas. Ao estimar o capital de giro para o começo das atividades da empresa, você deverá apurar o estoque inicial e o caixa mínimo necessário.
A – Estimativa do estoque inicial
O estoque inicial é composto pelos materiais (matéria-prima, embalagens, etc.) indispensáveis à fabricação de seus produtos ou pelas mercadorias que serão revendidas.
Identifique quais materiais ou mercadorias devem ser comprados, as quantidades, seu preço unitário e o total a ser gasto. Para isso, leve em consideração a sua capacidade de produção, o tamanho do mercado e o seu potencial de vendas.
- Fique de olho
- Faça uma ampla pesquisa junto a seus fornecedores. Pechinche, negociando bons preços
e condições de pagamento, assim você reduz despesas, oferecendo preços competitivos e
aumentando as receitas e o lucro da empresa.
- Tenha um controle apurado dos seus estoques, assim você saberá qual o momento certo
para adquirir novos produtos.
- Para a formação dos estoques, dê preferência aos itens de maior giro, ou seja, aqueles
que têm maior saída e aceitação. Estoque parado por muito tempo, na maior parte das
vezes, representa prejuízo.
B – Caixa Mínimo
É o capital de giro próprio necessário para movimentar seu negócio. Representa o valor em
dinheiro que a empresa precisa ter disponível para cobrir os custos até que as contas a receber de clientes entrem no caixa. Corresponde a uma reserva inicial de caixa.
Para calcular a necessidade líquida de capital de giro é preciso conhecer os prazos médios
de vendas, compras e estocagem. Essas informações podem ser pesquisadas junto a concorrentes e fornecedores e serão utilizadas na apuração do caixa mínimo, isso porque nas vendas financiamos os clientes por meio dos prazos concedidos e somos financiados pelos fornecedores por meio dos prazos para pagamento negociados.
Acompanhe o exemplo a seguir e aprenda como calcular a necessidade de capital de giro próprio e o caixa mínimo.
1º Passo: Contas a receber – Cálculo do prazo médio de vendas
É a média do prazo de financiamento a clientes, ou seja, do prazo concedido aos clientes para que estes efetuem o pagamento do que compraram.
Prazo médio de vendas (%) x Número de dias Média Ponderada em dias
a vista 20% x 0 0
a prazo (1) 45% x 30 13,5
a prazo (2) 30% x 60 18
a prazo (3) 5% x 90 4,5
a prazo (4) - x - -
Prazo médio total 36 dias
No exemplo acima, para a política de vendas da empresa, estimou-se que:
- 20% das vendas serão à vista;
- 45% das vendas com 30 dias;
- 30% das vendas com 60 dias e
- 5% das vendas com 90 dias.
Para calcularmos a média ponderada dos prazos de vendas, basta multiplicarmos o percentual das vendas pelo número de dias que serão concedidos aos clientes. O resultado acima indica que em média a empresa leva 36 dias para receber suas vendas a prazo.
2º Passo: Fornecedores – Cálculo do prazo médio de compras
Segue a mesma lógica do item anterior, porém devemos calcular o prazo médio dado pelos fornecedores para o pagamento dos produtos e serviços adquiridos.
Prazo médio de compras (%) x Número de dias Média Ponderada
a vista 50% x 0 0
a prazo (1) 50% x 30 15
a prazo (2) - x - -
a prazo (3) - x - -
a prazo (4) - x - -
Prazo médio total 15 dias
Partindo da premissa que 50% das compras são realizadas à vista e 50% em 30 dias, novamente devemos ponderar os prazos, multiplicando o percentual do volume de compras pelos prazos médios concedidos pelos diversos fornecedores. Nessa situação a empresa tem aproximadamente
15 dias para o pagamento de seus débitos.
3º Passo: Estoques – Cálculo da necessidade média de estoques
É o prazo médio de PERMANÊNCIA da matéria prima ou das mercadorias nos estoques da empresa. Abrange desde a data em que é feito o pedido ao fornecedor até o momento em que os produtos são vendidos. Lembre-se de que um prazo maior de permanência das mercadorias em estoque irá gerar uma necessidade maior de capital de giro.
Necessidade média de estoques - Número de dias = 5 dias
Dando continuidade ao nosso exemplo, foi estimado um prazo médio de permanência em
estoque de 5 dias.
4º Passo: Cálculo da necessidade líquida de capital de giro em dias
É a diferença entre os recursos da empresa que se encontram fora do seu caixa (contas a receber + estoques) e os recursos de terceiros no caixa da empresa (fornecedores). Se positivo, o resultado indica quantos dias em que o caixa ficará descoberto, se negativo aponta que os recursos financeiros das vendas entram no caixa antes que sejam feitos os pagamentos.
Recursos da empresa fora do seu caixa Número de dias
1. Contas a Receber – prazo médio de vendas 36 dias
2. Estoques – necessidade média de estoques 5 dias
Subtotal 1 (item 1 + 2) 41 dias
Recursos de terceiros no caixa da empresa
3. Fornecedores – prazo médio de compras 15 dias Subtotal 2 15 dias
Necessidade Líquida de Capital de Giro em dias (Subtotal 1 – Subtotal 2) 26 dias
Somando o prazo médio de vendas (contas a receber) e o prazo médio de estocagem (estoques) e diminuindo desse resultado o prazo médio de compras (fornecedores) encontraremos a necessidade líquida de capital de giro em dias. Em nosso exemplo, o prazo de 26 dias significa que a empresa irá necessitar de caixa nesse período para cobrir seus gastos e financiar clientes.
B - Caixa Mínimo
Representa a reserva em dinheiro necessária para que a empresa financie suas operações iniciais. É obtida ao multiplicarmos a necessidade líquida de capital de giro em dias pelo custo total diário da empresa.
1. Custo fixo mensal (Quadro 5.11 – Estimativa dos Custos Fixos Operacionais Mensais)
R$ 4.400,00
2. Custo variável mensal (Subtotal 2 do quadro 5.12 – Demonstrativo de Resultados)
R$ 9.000,00
3. Custo total da empresa (item 1 + 2) R$ 13.400,00
4. Custo total diário (item 3 ÷ 30 dias) R$ 446,66
5. Necessidade Líquida de Capital de Giro em dias (vide resultado do quadro anterior)
26 dias
Total de B - Caixa Mínimo (item 4 x 5) R$ 11.613,16
A partir dos dados fornecidos acima o caixa mínimo necessário para a cobertura dos custos
da empresa para um período de 26 dias é de R$ 11.613,16.
- Fique de olho
- O custo total corresponde ao somatório dos custos fixos e variáveis. Mais adiante você irá aprender a calcular esses custos. Essas informações poderão ser obtidas no demonstrativo de resultados que é elaborado ao final do plano financeiro, por isso prossiga na leitura do manual e quando estiver com tais informações em mãos retorne ao cálculo do caixa mínimo.
- Você deve ter notado, que quanto maior sua necessidade líquida de capital de giro em dias, maior é o caixa mínimo. Portanto, procure negociar bem os prazos com clientes e fornecedores e não mantenha mercadorias e matérias-primas paradas por muito tempo em estoque.
Investimentos pré-operacionais
Compreendem os gastos realizados antes do início das atividades da empresa, isto é, antes
que ela abra as portas e comece a vender. São exemplos de investimentos pré-operacionais:
despesas com reforma (pintura, instalação elétrica, troca de piso, etc.) ou mesmo as taxas de registro da empresa.
Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Publicação elaborada pelo Sebrae/MG e atualizada e reeditada pelo Sebrae/NA. 2009. Disponível em: www.sebrae.com.br.
Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Publicação elaborada pelo Sebrae/MG e atualizada e reeditada pelo Sebrae/NA. 2009. Disponível em: www.sebrae.com.br.